07/04/2019 08h03 – Por Agência Câmara Notícias
Na quinta-feira (4) o plenário da Câmara dos Deputados celebrou o Dia Mundial das Áreas Úmidas, comemorado no dia 2 de fevereiro.
As áreas úmidas são zonas de fronteira entre ambientes aquáticos e terrestres, como os rios, pântanos, várzeas e mangues.
De acordo com a organização não-governamental WWF, o planeta já perdeu 87% dessas áreas que são fundamentais para biodiversidade.
Em discurso lido em Plenário, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, disse que é preciso preservar as áreas úmidas, que são fundamentais para o equilíbrio ecológico de todo o planeta. “Sem essas áreas, ciclos de águas interrompem-se, nutrientes minguam, espécies desaparecem”.
Ele acrescentou que o Brasil tem 20% do território coberto por áreas úmidas como, por exemplo, o Pantanal, a maior do planeta.
Presente na solenidade, a pesquisadora em ecologia Luciana Galvão reforçou a importância da preservação das áreas úmidas que, segundo ela, são os ecossistemas mais ameaçados e com menor visibilidade – em especial as que estão localizadas no Cerrado.
“A agricultura gera a maior pressão sobre as áreas úmidas do Cerrado que vêm sendo perdidas antes mesmo de serem mapeadas”, esclareceu.
O deputado Edmilson Rodrigues (Psol-PA), integrante da Frente Ambientalista, abriu a sessão pedindo apoio para a proposta (PEC 504/10) que pretende incluir entre os biomas considerados patrimônio nacional pela Constituição a Caatinga e o Cerrado, e sugeriu que os parlamentares levem a proposta a votação.
Eneida Eskinazi Sant’Anna, professora da Universidade Federal de Ouro Preto e também pesquisadora em ecologia, mencionou os impactos causados pelo desastre ambiental em Mariana (MG) que atingiu duas áreas reconhecidas como “Sítios Ramsar”, ou seja, áreas úmidas de importância internacional.
“Estudos já mostram a incorporação de alguns poluentes como ferro e zinco nos corais”.
O presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, Adalberto Sigismundo Eberhard, salientou que cuidar das áreas úmidas significa cuidar da saúde pública da sociedade.
“Essa Casa deve privilegiar audiências públicas com a participação dos Ministérios do Meio Ambiente, da Agricultura e da Saúde e olhar para essas questões de forma sistémica”, sugeriu.
Durante a solenidade, a professora titular da Universidade Federal de Mato Grosso Cátia Nunes da Cunha entregou para o deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), que requereu a sessão, estudos realizados pelo Centro de Pesquisa do Pantanal para auxiliar na discussão do projeto de lei 9950/18, de autoria do parlamentar, para conservação e o uso sustentável do Bioma Pantanal.