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quinta-feira, 25 de abril de 2024

Queimadas controladas no cerrado podem evitar incêndios de grandes proporções

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Queimadas controladas no cerrado podem evitar incêndios de grandes proporções, dizem cientistas

A realização de queimadas controladas, principalmente na região de cerrado, é importante para evitar incêndios de grandes proporções.

Esta foi a principal conclusão da audiência pública conjunta realizada nesta terça-feira (25) pelas comissões de Agricultura e Reforma Agrária (CRA), de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT), e de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização (CMA).

O professor Leopoldo Coutinho, emérito do Departamento de Ecologia da Universidade de São Paulo (USP), disse que a vegetação de savana – da qual o cerrado é uma variação – sofre a ação do fogo no mundo inteiro.

O fogo, que pode ser causado naturalmente por raios, estimula a biodiversidade do cerrado, completou Vânia Pivello, professora do Departamento de Ecologia da mesma universidade.

O professor defendeu a realização de queimadas controladas para diminuir o acúmulo de biomassa. De acordo com ele, o cerrado produz 15 toneladas de palha por hectare a cada quatro anos. Essa palha é extremamente combustível e dificulta sobremaneira o combate aos incêndios.

A melhor técnica de combate ao incêndio é antecipar-se a ele – afirmou o professor, lembrando que a fauna é a mais afetada pelo fogo. Vânia Pivello acrescentou que o uso controlado do fogo é previsto no atual Código Florestal, tanto em áreas agropastoris quanto em áreas florestais.

Secas na Amazônia

O professor Irving Foster Brown, do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia dos Serviços Ambientais da Amazônia, disse que a floresta, ao contrário do cerrado, é menos afeita ao fogo.

Mas, quando a água da floresta não consegue impedir a entrada do fogo, como acontece em anos de grande seca, a situação se inverte, tornando a mata extremamente inflamável.

O pesquisador disse que o Acre teve, em 2005 e 2010, secas que deveriam acontecer uma vez a cada 100 anos. A repetição mostra, para ele, a mudança ambiental em curso no mundo.

Ele chamou a atenção para a falta de estrutura de combate a incêndios no estado, onde franjas de fogo ultrapassam um quilômetro de extensão nas florestas.

A exemplo do que fizeram os governos dos Estados Unidos, Canadá e Austrália, Bráulio Ferreira de Souza Dias, secretário de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, defendeu investimentos em formação de recursos humanos e equipamentos para combater incêndios.

Ele também recomendou melhorias na infraestrutura de prevenção e de acompanhamento dos incêndios.

O presidente da CMA, senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), propôs a criação, em Brasília, de um centro nacional de prevenção e combate aos incêndios florestais. A ideia de uma estrutura centralizada para combate a incêndios também foi defendida pelo senador Jorge Viana (PT-AC).

O parlamentar pelo Acre afirmou que, sem a adoção de medidas em curto prazo, os incêndios florestais sem controle causarão vítimas nas cidades.(Agência Senado)

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