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quarta-feira, 24 de abril de 2024

Alimentação: maior problema de pecuária leiteira no Brasil

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17/12/2018 11h00 – Por Sociedade Nacional de Agricultura

A alimentação inadequada ou insuficiente do rebanho foi apontada como o problema mais importante da pecuária leiteira nacional por pesquisadores da Embrapa.

De acordo com os técnicos que atuam no programa da instituição, Balde Cheio, esta á a causa do baixo desempenho da produção brasileira de leite, especialmente nas pequenas e médias propriedades.

“Embora o Brasil tenha fazendas com produtividade comparável à de maiores países do mundo, a grande maioria dos produtores brasileiros tira em torno de 100 litros por dia”, diz o pesquisador da Embrapa Gado de Leite, Glauco Carvalho.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que o Brasil tem pouco mais de um milhão de propriedades leiteiras, responsáveis pela produção de 35 bilhões de litros de leite por ano. Carvalho explica que apenas a metade desse contingente pode ser considerada de produtores comerciais (que entregam leite aos laticínios).

E são essas pequenas e médias propriedades que sofrem o problema da alimentação do rebanho.

O pesquisador da Embrapa Pecuária Sudeste, Artur Chinelato, foi o idealizador do programa Balde Cheio, que completou 20 anos, , já visitou centenas de propriedades no País e afirma que a alimentação dos animais é a principal responsável pela baixa produtividade das fazendas que ingressam no programa.

É tão comum que o cientista criou até uma brincadeira com os produtores que aumentam a produção quando corrigem a alimentação do rebanho: pedir perdão às vacas por tê-las tratado tão mal.

A afirmação de Chinelato é compartilhada por todos os técnicos e pesquisadores do programa. O engenheiro-agrônomo Walter Miguel Ribeiro, coordenador do Balde Cheio em Minas, insiste em suas palestras que a genética só vai se tornar um gargalo quando a vaca estiver sendo alimentada com qualidade e quantidade suficientes.

“Às vezes a vaca não mostra sua qualidade genética em termos de produção de leite porque está passando fome”, alerta. Segundo Ribeiro, os produtores acreditam que, para produzir muito, o animal tem que comer ração; por isso, não se preocupam em ter um bom volumoso (capim, silagem, feno etc com bom teor de nutrientes) na propriedade ou mesmo água de qualidade.

“Visitamos muitas fazendas onde os animais ainda bebem água em córregos ou em buracos cheios de lama”, relata ao frisar que em condições assim, o resultado da produção é influenciado diretamente.

Orientações para calcular o pasto e alimentação

De modo geral, as pastagens rotacionadas são a forma mais comum para alimentar o rebanho. A área de pastagem depende da capacidade de investimento do produtor. As adubações para recuperar a fertilidade do solo precisam ser mantidas.

A área máxima trabalhada no primeiro ano é definida pela seguinte equação: número de vacas em lactação dividido por dois, e o resultado deve ser dividido por dez, que é a lotação mínima de vacas por hectare, esperada em pastagens corretamente adubadas e manejadas.

Por exemplo, um rebanho com média de 20 vacas em lactação ao longo do ano deve trabalhar no primeiro ano com um hectare de pastagem rotacionada.

Cada propriedade deve definir qual o alimento volumoso será utilizado no período de menor produção das gramíneas forrageiras tropicais. As opções podem ser cana-de-açúcar, palma forrageira, feno ou silagens.

O uso de alimentos concentrados também é estudado caso a caso, considerando o nível de produção, a qualidade do volumoso e a viabilidade econômica local.

Sem alimentação adequada, animais não atingem todo o seu potencial na produção leiteira – Foto: Alcides Okubo Filho.

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