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terça-feira, 23 de abril de 2024

Poliomielite: está na hora da vacina! – por Eduardo Marcondes

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06/06/2014 17h33

Poliomielite: está na hora da vacina!

Eduardo Marcondes/Médico pediatra

Em 1988, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu a meta de erradicação global da poliomielite até o ano 2000, a doença era endêmica em 125 países, deixando paralíticas quase 1.000 crianças por dia. O Brasil, felizmente, está livre da poliomielite há mais de 20 anos. O último caso da doença no país foi registrado em 1989, na Paraíba. Em 1994, o país recebeu da Organização Mundial da Saúde (OMS) o certificado de eliminação da doença.

Essa vitória sobre o vírus ocorreu pelas campanhas e dias de vacinação realizados desde a década de 80. Por isso, quero reforçar, neste artigo, a importância da vacinação, cuja primeira etapa foi iniciada no dia 24 último (maio) e que tem como meta vacinar pelo menos 95% das 14.148.182 crianças nessa faixa etária, em todo o Brasil. A importância da vacina é manter o país livre da circulação do vírus que ocasiona a doença.

As gotinhas não têm contraindicações. A aplicação não provoca dor e a vacina é a única prevenção, merecendo, por isso, atenção especial dos pais. A segunda fase da campanha será no dia 13 de agosto, quando meninos e meninas dessa idade devem ser novamente levados aos postos, para tomar mais duas gotinhas. A vacina contra a poliomielite é um serviço básico oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e está disponível durante todo o ano nos postos de saúde, na vacinação de rotina. Além do esquema básico – as três doses de rotina –, a criança de até 5 anos de idade tem de tomar todos os anos as duas doses da campanha. A paralisia é transmitida por três tipos de vírus e as várias doses se justificam por isso. Se a criança não desenvolveu a imunidade com relação a um vírus, com as várias doses, ela tem oportunidade de se imunizar.

A poliomielite, mais conhecida como “paralisia infantil”, é uma doença infectocontagiosa grave. Na maioria das vezes, a criança não morre quando é infectada, mas adquire sérias lesões que afetam o sistema nervoso, provocando paralisia, principalmente nos membros inferiores. A doença é causada e transmitida por um vírus (o poliovírus) e a infecção se dá principalmente por via oral. A pessoa infectada pode transmitir a doença pelas fezes que, em contato com o ambiente, atinge quem não foi devidamente imunizado.

Embora o nosso país tenha erradicado a doença, é importante continuar vacinando as crianças porque o vírus da paralisia infantil permanece ativo em outros países. Existe um movimento mundial de erradicação da pólio.O Brasil tem comércio com algumas nações onde a doença não foi erradicada e, além disso, existe um fluxo migratório de pessoas desses países para cá. Se alguém trouxer o vírus de um desses países, as nossas crianças não correrão risco de adquirir a doença.

Existem dois tipos de vacina disponíveis, ambas de alta eficácia: a vacina antipólio inativada e a de vírus vivos atenuados. Ambas diferem quanto à via de administração e aos mecanismos de imunidade. O esquema de vacinação de rotina consta de 3 doses básicas, no segundo, quarto e sexto mês de vida, um reforço seis a doze meses após a terceira dose e outro aos cinco ou seis anos de idade. A vacina utilizada é a vacina oral de vírus vivo atenuado (OPV), contendo os três sorotipos. A vacinação de indivíduos imunodeprimidos deve ser feita com a vacina de vírus inativado (VIP).

O Brasil é reconhecido internacionalmente pela Iniciativa Global de Erradicação da Pólio (GPEI), como pioneiro na implementação de estratégias de erradicação da poliomielite. Uma dessas experiências, que tem feito o país emergir como um dos líderes em saúde e desenvolvimento, foi apresentada durante a World Health Summit, que aconteceu em Berlim, na Alemanha.Trata-se da substituição gradual da vacina contra pólio, da forma oral para a injetável.O Brasil é um dos únicos países da América Latina – ao lado da Argentina e Uruguai – que já iniciou a alteração. A recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) é que a nova forma de imunização seja utilizada de forma exclusiva quando a doença for erradicada em todo o mundo.

A diferença básica entre as duas vacinas é que a oral é produzida com vírus vivos atenuados e a injetável, com vírus inativados. Com a mudança, o pequeno risco de eventos adversos raros, como casos de paralisia associada à vacina, deixa de existir.A inovação está sendo introduzida de forma gradual, desde agosto de 2012, no Sistema Único de Saúde (SUS).Até que a doença seja erradicada em todo o mundo, a utilização da vacina injetável (VIP) acontecerá em esquema combinado com a oral (VOP). Nas duas primeiras doses, aos dois e quatro meses de idade, a criança recebe a VIP. Na terceira dose, aos seis meses, e no reforço, aos quinze meses de idade, recebe a VOP.

Finalizo com um lembrete aos pais ou responsáveis: assim como na maioria das doenças, no caso da poliomielite a vacinação é a única medida preventiva comprovadamente eficaz. Levem seus filho ao posto de vacinação.A vacina é de graça, não dói e salva vidas.

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