18/06/2012 08h17 - Atualizado em 18/06/2012 08h17
Cresce a cada dia a quantidade de poluentes sendo descartados nos córregos da cidade
Flávio Verão
A cidade de Dourados está consolidando os córregos Paragem e Água Boa como verdadeiros esgotos a céu aberto. Há anos O PROGRESSO vem mostrando a devastação do meio ambiente na cidade, em específico nos córregos. Se não bastasse a falta de conscientização da população, a omissão do poder público facilita a poluição avançar em Dourados.
Desde sexta-feira, a reportagem constatou que uma grande quantidade de óleo vem sendo despejado no Paragem, prática comum que passa despercebida. Como a degradação ambiental é constante, moradores que vivem nas imediações dos córregos praticamente se conformaram com a poluição. “Quando é óleo tudo bem. A gente sempre vê isso. O problema é quando começa o mau cheiro”, diz a dona de casa Maria da Silva Oliveira. Ela mora a 50 metros do Paragem e teme que o córrego se transforme em um esgoto a céu aberto, como acontece nos grandes centros. “Tenho parentes que moram em São Paulo e sei o quanto eles sofrem com o mau cheiro dos rios. Temo que aqui se transforme em um Tietê”, disse a moradora, se referindo a um dos rios mais poluídos da capital paulista.
A grave poluição ameaça toda a biodiversidade. No córrego Água Boa, uma espécie de “lama preta” avança sobre as águas provocando mau cheiro por toda a região. Esse mesmo problema também é encontrado no Paragem.
O Ministério Público detectou o problema no ano passado. Na ocasião a Promotoria de Meio Ambiente, informou que a poluição poderia estar relacionado a ligações de água das chuvas nas redes de esgoto. Quando isto acontece sobrecarrega os estravasores. O conteúdo poluidor acaba saindo em algum ponto da rede, levando sujeira para o interior dos córregos. No córrego Paragem, ao passar pelo Parque Arnulpho Fioravante é comum constatar espuma saindo das tubulações da rede pluvial. O local já registrou em anos anteriores a mortandade de milhares de peixes.
A reportagem entrou em contato com o Instituto do Meio Ambiente (Imam) em Dourados. Constantemente técnicos ambientais do Imam fazem inspeções para detectar de onde vem tanto poluente. Anos se passaram e até agora nada foi encontrado.
Valdenise Carbonari, responsável pelo Imam, disse que recentemente foi feito análise de toxidade dos córregos. O resultado ainda não saiu. “É um trabalho que tem por objetivo detectar que tipo de poluente está devastando nossos córregos”, disse a secretária de Meio Ambiente. Com a análise será mais fácil encontrar a origem “poluidora”.