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sábado, 20 de abril de 2024

Objeto que caiu do espaço é tanque de foguete americano

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29/12/2014 13h21 – Atualizado em 29/12/2014 13h21

Flávio Verão, com informações da Defesa.Net

O cilindro metálico de quase dois metros que caiu numa chácara na cidade de Santa Rita do Pardo, após uma bola de fogo cruzar o céu de Mato Grosso do Sul, pode ser o tanque de um foguete americano.

As informações são da Rede Brasileira de Observação de Meteoros (Brazilian Meteor Observation Network – Bramon), depois de conferir as imagens. Segundo especialistas, o objeto é parte do foguete Falcon 9 v1.1 (NORAD 40142) que foi lançado no dia 7 de setembro de 2014, pela empresa Space X, colocando em órbita geoestacionária o satélite ASIASAT-6.

Com o passar do tempo, 40142 perdeu altura e penetrou na atmosfera da Terra na altura de San Pedro de Atacama, no Chile. Ao se romper, produziu uma enorme esteira de fragmentos incandescentes que cruzaram o norte da Bolívia e norte do Paraguai até chegar a Mato Grosso do Sul, onde foram observados nas cidade de Jardim, Itaporã, Dourados, Campo Grande.

Astrônomos amadores, especialistas em monitoramento de meteoros e especialistas em órbita de satélites que utilizam sites de monitoramento confirmaram a reentrada do segundo estágio do foguete Falcon 9 v1.1.

A Chácara Santa Maria, onde o objeto foi encontrado, foi isolada e ainda não há informações sobre quando a estrutura metálica será recolhida. Quando o cilindro atingiu o solo provocou um buraco de aproximadamente 50 centímetros e se deslizou para uma pastagem. De acordo com especialistas, por se tratar de um objeto leve feito à base de carbono, ele não causa tantos estragos ao atingir o solo.

Cabe à Agência Espacial Brasileira solicitar ou não o objeto para perícia e estudo técnico. A informação é que o cilindro não é radioativo.

Lixo no espaço

Segundo o departamento de lixo espacial da Agência Espacial Europeia (ESA), o aumento da quantidade de lixo espacial eleva o risco de colisões. Hoje, existem 23 mil fragmentos de lixo com mais de 10 centímetros no espaço.

As zonas mais afetadas pelo lixo são as órbitas polares entre 800 e 1.200 km de altitude sobre a superfície terrestre. Isso significa que os detritos ficam em órbitas baixas, usadas por satélites de observação da Terra ou pela Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês). A ISS precisa fazer em média uma manobra por ano para evitar uma potencial colisão.

Os cientistas acreditam que o entorno poderá ficar instável em poucas décadas, se os lançamentos continuarem no ritmo atual e nada for feito para diminuir a quantidade de lixo espacial. Embora esses fragmentos pareçam inofensivos, podem inutilizar satélites por causa da velocidade média dos objetos, que pode alcançar 25.000 km/h.

Os pesquisadores concluíram que é preciso colocar sistematicamente os satélites desativados em locais especiais onde se desintegrarão na alta atmosfera terrestre, o que diminuiria o problema. Também é preciso retirar do espaço os fragmentos grandes para estabilizar a situação.

Moradores observam o objeto que caiu do céu na madrugada deste domingoFotos: Kaik Lima

O foguete identificado como NORAD; tanque vermelho seria o que caiu em MSFoto:  Bramon

Mapa mostra trajeto que o foguete fez até cair em MSCrédito: BRAMON

Representação artística do lixo espacial em volta da Terra, de acordo com a Agência Espacial Europeia. / Foto AFP

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