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quinta-feira, 25 de abril de 2024

Religiosas pedem apoio para acolhidos da Toca de Assis

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15/01/2015 08h10 – Atualizado em 15/01/2015 08h10

Flávio Verão

Elas abdicaram da família e de bens materiais para cuidar dos pobres. As dez irmãs da Toca de Assis, em Dourados, têm uma vida intensa e corrida de segunda a segunda. Além do compromisso religioso exercem a grande missão de cuidar integralmente de 18 acolhidos com problemas mentais.

Dão alimentação, banho, fazem a higienização pessoal, acompanham eles no médico, enfim, se dedicam o tempo todo nas mais diferentes tarefas. Além disso, são responsáveis pela limpeza da casa, lavagem de roupas, pois há somente uma funcionária que por não dar conta de tanto serviço, precisa de ajuda das irmãs.

Inspiradas na vida de São Francisco, elas só têm um tipo de vestimenta, na cor marrom. É assim que ficam 24 horas, em qualquer lugar que vão. Fundada em 2003, a Toca de Assis em Dourados é administrada pelas irmãs há 4 anos. Antes eram os irmãos. “Nossa missão é voltada a acolher moradores de rua, mas em Dourados é atípico, pois esse público é pequeno e desde o início a Toca atuou com pessoas com deficiência, principalmente mental”, explica a irmã Arimatéria, coordenadora regional, que junto a coordenadora local, irmã Ellen, abriu as portas da Toca de Assis para a reportagem.

O local é simples, aconchegante e ao mesmo tempo grandioso. Há uma capela onde diariamente são realizadas missas com a participação da comunidade. A maioria dos 18 acolhidos que moram no local não tem família. Alguns têm, porém, são recusados ou os parentes não possuem estrutura para acolhê-los. Ontem mostramos que o promotor de justiça Izonildo Gonçalves de Assunção Júnior quer intervenção do município e do estado no atendimento aos pacientes que moram na Toca.

De acordo com Irmã Arimatéria, o trabalho com os acolhidos é feito com muito amor, dedicação, mas sozinhas não conseguem oferecer um atendimento adequado. “Precisamos do auxílio de psiquiatra e de técnicos de enfermagem”, frisou, enumerando esses profissionais como forma de urgência.

“Posteriormente seria necessário a presença de um profissional de educação física, especializado na área, com o objetivo de desenvolver atividades com os acolhidos”, acrescenta.
A Toca de Assis possui seis funcionários: fisioterapeuta, assistente social, psicólogo, cozinheira, motorista e ajudante de serviços gerais. Por fazerem parte de uma congregação de voto à pobreza, as irmãs não tem nenhum tipo de remuneração da igreja católica.

Com despesas de uma casa qualquer, a Toca de Assis é mantida com benfeitorias da comunidade, de padres e da própria igreja. Como a maioria dos acolhidos são aposentados, parte da renda de cada um deles, como determina a lei, é utilizada no custeio na despesa de cada um deles. Dois dos funcionários são remunerados através de convênio públicos.

Seguindo uma rotina voltada dedicadamente aos acolhidos, que possuem os mais diferentes tipos e graus de problemas psiquiátricos, o trabalho das irmãs torna-se exaustivo. “Se tivéssemos 12 acolhidos conseguiríamos oferecer um trabalho melhor, mas eles não tem para onde ir”, explica a Irmã Ellen.

“Nossa casa precisa de rotatividade de acolhidos, de forma a beneficiar outras pessoas que possam precisar de nossa ajuda”, explica.
É nesse ponto que o promotor chama a atenção, para que o estado e município possam criar um serviço residencial terapêutico que atenda necessidades de moradia para quem tem problemas psiquiátricos. “Sem ter para onde ir, esses acolhidos da Toca de Assis vão ficar no local até a morte, e isso não pode acontecer”, diz o promotor, que vai marcar uma reunião com os gestores municipais da saúde e o prefeito.

Toca de Assis

Interessados em conhecer o serviço das irmãs ou oferecer trabalho voluntário, pode procurar a Toca de Assis, localizada na rua Natal, 450, na Vila Cuiabá. O telefone é o 3424-6424. As missas, de segunda a quinta, ocorrem às 7h30; na sexta às 18h30; sábado às 7h30 e no domingo às 9h30. A capela permanece aberta após as missas até às 18h.

 Irmãs Arimatéria e Ellen dividem a tarefa com outras oito irmãs no cuidado de 18 acolhidos com  problemas psiquiátricosfoto - Hédio Fazan

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