O risco de transmissão da hepatite através de instrumentos compartilhados, tais como lixas de unha, bacias, lâminas de barbear, alicates e tesouras, precisa ser avaliado em salões de beleza e barbearias, de acordo com dados de um novo relatório divulgado pelo American College of Gastroenterology, nos Estados Unidos.
Os resultados indicam que pode haver potencial transmissão de patógenos (por exemplo, vírus da hepatite B e C) se os instrumentos compartilhados não forem totalmente limpos e desinfectados.
“O requisito de desinfecção suficiente é uma variável importante na segurança do salão de beleza e das barbearias a partir de uma perspectiva de saúde pública.
O risco de transmissão de doenças infecciosas, particularmente de hepatite, em ambientes de cuidados pessoais, ainda é muito pouco estudado nos Estados Unidos”, observa o pesquisador e autor da pesquisa, David A. Johnson.
Johnson explica que um relatório de um caso de hepatite C aguda (HCV) que foi claramente relacionado a um tratamento manicure / pedicure solicitou a avaliação dos riscos atual associado a objetos compartilhados em salões de beleza e barbearias.
Um grupo coordenado pelo Instituto de Epidemiologia do Departamento de Saúde do Estado da Virgínia, nos Estados Unidos, conduziu o estudo que revisou as normas de segurança na Virgínia e as comparou com outros 13 estados e o Distrito de Columbia.
O regulamento do Departamento de Saúde da Virgínia afirma que um nível intermediário de desinfecção de itens compartilhados em salões de beleza ou barbearias é eficaz na prevenção da transmissão de patógenos, se houver o cumprimento integral.
Os pesquisadores identificaram 18 trabalhos, incluindo nove estudos caso-controle, três séries de casos, e seis inquéritos de base populacional, que avaliaram o tratamento em manicures, pedicures e barbearias como fatores de risco potencial para o HBV e / ou infecção pelo HCV.
Dos nove estudos caso-controle, cinco avaliaram HBV e / ou HCV em ambientes de salão de beleza, três dos cinco mostraram associação com HBV e um dos cinco mostrou associação com HCV.
Oito dos nove estudos caso-controle avaliou HBV e / ou HCV em ambientes de barbearia, cinco mostraram associação com HBV e dois mostraram associação com HCV.
A agência federal de saúde Occupational Safety and Health Administration (OSHA) não tem diretrizes específicas para a prevenção da infecção de hepatite em salões de beleza e barbearias, de acordo com o Departamento de Saúde da Virgínia, e nem mesmo o atual formulário do Centers for Disease Control and Prevention (CDC) engloba casos de HBV ou HCV em salões e barbearias como fatores de risco para transmissão da infecção da hepatite.
Segundo os pesquisadores, a ausência de diretrizes de controle de infecção a partir de agências federais de saúde para a prevenção de infecções por hepatite em salões de beleza e barbearias implica que esses elementos não surgiram como fatores de risco para HBV e HCV nos Estados Unidos.
“No entanto, a verdadeira magnitude desse risco ainda não foi definida e claramente necessita de mais estudos”, comenta Johnson.
Enquanto novos estudos não são realizados, os pesquisadores aconselham clientes de salões de beleza e barbearias a estarem cientes dos riscos potenciais para a transmissão de hepatite, e a tomarem precauções, incluindo perguntas para determinar se o estabelecimento está devidamente limpo e se as ferramentas de trabalho e equipamentos passam por desinfecção.
Eles também sugerem que os clientes levem os próprios equipamentos como tesouras, lâminas de barbear e lixas para unhas.
“Ninguém deve confiar totalmente que uma empresa esteja tomando as medidas necessárias para prevenir a transmissão de infecções como a hepatite.
Os profissionais de saúde precisam estar cientes desses riscos para aconselhamento adequado dos pacientes”, afirma Johnson.(Isaude.net)
