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sexta-feira, 29 de março de 2024

Menino de 12 anos é ferido em confronto por terra

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Por: Douradosagora – 15/06/2016 09h015

Um indígena de 12 anos está entre os feridos, ontem, durante conflito por terra em Caarapó. A vítima identificada como Josiel está internada em unidade hospitalar em Dourados, onde pelo menos mais três estão em estado grave. Segundo o Cimi, Nurivaldo, 37 anos, foi atingido no tórax e abdome; Lipércio, de 42 anos, na cabeça, tórax e abdômen; e Jesus, de 29, no abdome.

Conforme noticiado pelo Douradosagora, o agente da Fundação Nacional de Saúde, Clodiodi Aquileu Rodrigues de Souza, 23 anos, morreu baleado antes de dar entrada no hospital de Caarapó.

No entanto, de acordo com servidores da Funai, o número de feridos deve ser ainda maior porque os indígenas se dispersaram pelo território, em fuga, com a chegada de cerca de 50 caminhonetes, motocicletas, cavalos e trator usados por pistoleiros, capangas e homens que chegaram atirando contra o acampamento em que os Guarani e Kaiowá estavam na Fazenda Yvu, incidente sobre a terra indígena, atualmente em processo de demarcação pelo Ministério da Justiça (MJ).

Em filmagens feitas pelos próprios Guarani e Kaiowá é possível ver uma centena de homens armados, queimando motos e demais posses dos indígenas. A maioria dos indivíduos está vestida com um uniforme preto; nas filmagens, é possível ouvir gritos de: “Bugres! Bugres!”, forma pejorativa usada para se referir aos indígenas na região sul do país.

Os Guarani e Kaiowá não saíram da área retomada. Refugiaram-se de forma dispersa em outros rincões do território, e na própria reserva que compõem a terra indígena.

Na porta do Hospital São Matheus, em Caarapó, a preocupação maior de familiares das vítimas, que vivem em reservas vizinhas, era sobre a segurança dos indígenas que ainda seguem na área do massacre. O clima de tensão é tamanho que viaturas da Polícia Militar foram para a Fazenda Yvu ajudar a socorrer as vítimas, mas acabaram atacadas pelos indígenas.

De acordo com o Cimi, o ataque foi uma resposta à retomada realizada pelos indígenas de Tey’i Kue na Fazenda Yvu, vizinha à reserva. Segundo S.T., liderança indígena que estava no local e pediu para não ser identificada, no último domingo, 12, um grupo de 100 famílias reocupou o território chamado de tekoha Toropaso, onde incide a Fazenda Yvu. “Quando chegamos lá, não tinha ninguém na fazenda, só um funcionário que era indígena. Explicamos nossa luta e ele se propôs a ficar com nós”, relata.

No dia seguinte, os indígenas receberam a Polícia Federal (PF) no local, acompanhada da Força Nacional, Polícia Militar e Polícia Civil, além de duas caminhonetes em que estavam, segundo a liderança, alguns fazendeiros da região.

Após a saída da polícia, um grupo de carros se aglomerou num ponto a cerca de três quilômetros do acampamento indígena, e os observou por cerca de quatro horas. Na terça-feira, por volta das sete da manhã, cerca de 200 carros se concentraram no mesmo local do dia anterior.

Em nota, o Conselho Indigenista Missionário categorizou como “paramiltar” a ação, e afirma que, no último semestre, foram registrados ao menos vinte e cinco casos similares entre os Guarani e Kaiowa do estado.

Indígena atingido durante conflito em Caarapófoto - Cimi

Garoto está internado em hospital de Douradosfoto - Cimi

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