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quinta-feira, 18 de abril de 2024

Marmelo do Cerrado: uma planta alimentícia e promissora como medicinal

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12/05/2015 09h23 – Atualizado em 12/05/2015 09h23

Profª Maria do Carmo Vieira – UFGD

A prospecção de plantas medicinais tem despertado grande interesse pela possibilidade de descoberta de novos compostos bioativos, a fim de originar, por exemplo, fitoterápicos, medicamentos semi-sintéticos e derivados de produtos naturais, com reduzidos efeitos colaterais comparados às drogas sintéticas. O conhecimento etnofarmacológico potencializa essa busca, juntamente com estudos químicos e farmacológicos. Embora se note crescente demanda no mercado de fitoterápicos, este tem sido atendido, na maioria das vezes, com matéria-prima sem padronização e, ainda, fruto do extrativismo sem critérios. Daí, a necessidade de gerar tecnologias de produção da matéria prima vegetal e de procedimentos extrativos sustentáveis.

Em Mato Grosso do Sul, estão sendo estudadas, do ponto de vista agronômico, químico e farmacológico, espécies medicinais nativas, dentre elas a Alibertia edulis (L.C. Rich.) A.C. Rich., popularmente conhecida como “marmelada-bola”, “marmelo do Cerrado” e apuruí. A planta pertence à família Rubiaceae, a mesma do café, sendo nativa e bastante frequente no Cerrado brasileiro.
Um grupo de pesquisa da Universidade Federal da Grande Dourados, da Faculdade de Ciências da Saúde, sob orientação da professora doutora Maria do Carmo Vieira e outros colaboradores, têm estudado a planta e encontrado resultados promissores que confirmam a indicação etnofarmacológica. Popularmente, as folhas são utilizadas para controle da hipertensão arterial, hiperglicemia e com atividade antioxidante, efeitos esses que estão sendo confirmados nos trabalhos científicos.

Em sua composição química, foram detectadas e isoladas substancias como iridóides, saponinas, flavonoides e alcaloides, sendo que essas substancias podem estar envolvidas nas atividades biológicas evidenciadas, como também as destacadas no conhecimento popular.

A espécie produz frutos o ano inteiro. Por isso, além do uso medicinal das folhas, os frutos têm utilidade na alimentação, por serem saborosos, de polpa parda, podendo ser consumidos in natura ou para preparar sucos, refrescos, ponche, geléias e doces. O sabor do refresco, para alguns, lembra o de tamarindo e, para outros, de pêra. A parte escura e viscosa dos frutos, pela presença de pectina, talvez também possa ser usada para o “enchimento” de outros doces. A polpa pode ser conservada congelada por muito tempo. A semente torrada é usada para substituir o café e o fruto pode ainda ser dado ao gado como fonte de alimento. Observou-se, também o consumo das folhas por bovinos.

O fruto e a raiz são indicados para uso em casos de pneumonia. O xarope dos frutos é de uso comum na Amazônia. Os frutos macerados são estomáquicos. São também usados contra a catapora. Índios “cuna” colocam casca do puruí em água fria para fazer uma bebida lactagoga.

Para discutir aspectos do marmelo do Cerrado e outras plantas medicinais, está sendo organizado o 17º Workshop de Plantas Medicinais de MS e 7º Empório da Agricultura Familiar de Dourados, a ser realizado de 10 a 12 de junho próximo, na UFGD. As inscrições já estão abertas e, se forem como ouvinte, podem ser feitas até o dia do evento. Para os interessados em apresentar trabalhos, têm até dia 15 de maio para submeter o resumo expandido. O evento tem com objetivos discutir plantas medicinais sob diferentes aspectos em Mato Grosso do Sul e será organizado em palestras, apresentações de trabalhos, mini-cursos e oficinas práticas.

Neste ano, teremos como inovação o concurso de fotos de plantas medicinais, as quais poderão ser enviadas para a Comissão organizadora até o dia 30 de maio de 2015, pelo e-mail do evento. A resolução mínima exigida é de 300 pixels/pol ou 14.1 megapixels e cada pessoa pode submeter até duas fotos.

Outras informações podem ser obtidas no
site: www.wsplantasmedicinais.com.br
ou e-mail:[email protected]

Profª Maria do Carmo Vieira – UFGD
Diana Figueiredo de Santana Aquino – Pós-Doutoranda UFGD
Silvia Cristina Heredia Vieira – Bolsista PNPD – UEMS/CAPES

Marmelo do Cerrado: uma planta alimentícia e promissora como medicinal

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