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Brasil deve subir no ranking mundial de produção de leite em 2014

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19/07/2014 11h00

As Perspectivas da Cadeia Produtiva do Leite no Brasil e no Mundo foram discutidas durante o Fórum de Debates, realizado na terça-feira (15/07/14) na Megaleite 2014.

Lideranças do setor discorreram sobre o tema e concluíram que a cadeia leiteira avançou muito nos últimos anos, mas ainda será preciso novos avanços para o país se tornar um grande exportador de leite.

O país saiu de uma produção de 7,3 bilhões de litros de leite na década de 70 para atuais 35 bilhões de litros. A expectativa é de que o país assuma este ano a terceira colocação em produção mundial de leite.

Os debatedores do Fórum de Debates foram o deputado federal Junji Abe (Presidente da Subcomissão do Leite da Câmara dos Deputados), que presidiu a Mesa de Debates, Cenyldes Moura Vieira (Presidente da Calu), Vicente Nogueira (Presidente da Comissão de Leite da Organização das Cooperativas do Brasil – OCB), Rodrigo Sant’Anna Alvin (Presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Leite e Derivados do MAPA), Paulo do Carmo Martins (Chefe Geral da Embrapa Gado de Leite), Ronan Salgueiro (diretor da Girolando), Marcel Scalon Cerchi (empresário dos Laticínios Scala).

De acordo com o deputado Junji Abe, a falta de uma gestão pública mais racional dificulta o crescimento do país, prejudicando o agronegócio.

Vicente Nogueira disse que a OCB coordena junto à agência de exportação do governo federal, Apex-Brasil, um plano para aumentar as vendas externas do leite brasileiro.

Este ano, o país enviou ao exterior 50 milhões de litros de leite a mais que importou, conseguindo superávit na balança comercial, situação bem diferente dos anos anteriores.

“Nos últimos 12 anos, a nossa produção cresceu um volume equivalente a toda produção da Argentina, mostrando o atual vigor do setor. Muitos temiam que a Copa do Mundo reduzisse o consumo interno, mas o efeito foi contrário”, destacou Nogueira, que cobrou maior agilidade dos setores de pesquisa para avançar a seleção genômica.

“Os Estados Unidos já fazem o genoma do embrião, o que permite a redução considerável do tempo de seleção dos touros geneticamente superiores. Nas raças leiteiras brasileiras, esse processo demora cerca de sete anos”, afirma Nogueira.

Marcel Scalon Cerchi destacou a importância de toda a cadeia produtiva do leite atuar em conjunto para reivindicar seus direitos.

“A produção de leite tem crescido e a qualidade também, mas se quisermos ser um grande exportador precisamos acelerar esse processo de crescimento”, diz Cerchi.

Já o chefe geral da Embrapa Gado de Leite, Paulo do Carmo Martins, disse que será preciso mais investimento em pesquisa para dar suporte ao setor, como, por exemplo, a transgenia relacionada às pastagens.

“Enquanto a inflação cresceu 358% nesses 20 anos de Plano Real, o preço do leite teve elevação de 256%, ou seja, o produto ficou mais barato, permitindo que o consumo interno fosse beneficiado”, esclarece Martins. Segundo ele, apenas 50 municípios no Brasil não produzem leite.

O presidente da Calu, Cenyldes Moura Vieira, também ressaltou o crescimento do setor, mesmo em um período de seca prolongada em muitas regiões.

A Calu prepara sua expansão com a abertura de mais um laticínio, oque permitirá triplicar a produção diária, que hoje é de 160 mil litros de leite.

Vieira cobrou a desoneração tributária para as cooperativas e mudanças na legislação para que as cooperativas possam concorrer em igualdade com as empresas privadas.

Rodrigo Alvim, do MAPA, lembrou que o setor cresceu 14,2% entre janeiro/maio de 2014 comparado ao mesmo período do ano anterior. “Precisamos acreditar mais em nós mesmos como produtores de leite.

Os Estados Unidos fala em qualidade do leite desde 1903 e até hoje tem a contagem de célula somática acima da média do Brasil”, disse Alvim.
(Rural Centro)

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