06/09/2014 10h42
O crescimento de 0,7% na produção industrial brasileira em julho, divulgado na terça-feira (2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que as empresas do País têm capacidade para reagir contra os efeitos da crise financeira internacional, mantendo os atuais empregos do setor.
A avaliação é da secretaria de Desenvolvimento da Produção, Heloisa Regina de Menezes, do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (Mdic).
Na pesquisa divulgada nesta terça-feira, os movimentos que mais influenciaram o avanço da indústria ocorreram em equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (44,1%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (8,5%).
“Temos de lembrar que o Brasil vive hoje o pleno emprego e que a crise econômica demorou a chegar aqui justamente por isso. Emprego hoje não é o nosso problema.
As políticas adotadas pelo País tiveram sucesso em garantir o mercado interno e, consequentemente, preservaram o mercado de trabalho, ao contrário do que ocorreu em outros países”, diz ela.
Heloísa de Menezes destaca que a força do mercado interno foi impulsionada pelo crescimento da classe média.
Apenas entre 2004 e 2010, cerca de 32 milhões de pessoas ingressaram na C, totalizando mais de 100 milhões de brasileiros neste estrato social, o que significa que cerca de 50, 5% da população brasileira é hoje de classe média.
Essa nova força impulsionou a indústria em anos anteriores, quando havia uma demanda reprimida por parte de quem começou a ganhar mais e agora atinge um patamar de acomodação.
Além disso, lembra Heloísa, a indústria ainda está se recuperando dos feriados de junho, quando houve menos dias úteis por conta da copa e a renda e o crédito estavam mais direcionados em viagens e lazer.
Para a secretária, a sinalização de recuperação na indústria se insere neste cenário e a expectativa é que o setor possa se normalizar neste terceiro trimestre, revertendo medidas de cautela, como os lay-offs adotados no setor automotivo, que são uma medida importante para a proteção do trabalhador, enfatiza Heloísa. “Ninguém gosta de demitir.
Demissões custam caro e os empresários preferem, na verdade, manter os vínculos empregatícios”, disse.
Os lay-offs são reduções temporárias na carga de trabalho ou suspensão também temporária do emprego, quando o trabalhador continua vinculado à empresa, recebendo um salário-base. Ou seja, continua empregado, à espera que a empresa retome sua produção normal para voltar a trabalhar normalmente.
Estímulos à indústria
Heloisa Regina de Menezes fez questão de destacar os números alcançados pela indústria, a partir de estímulos dados pelo governo para o investimento em tecnologia em duas vertentes, para o setor de automóveis e de bens e serviços ligados à informática.
Em razão destas iniciativas, 16 novos projetos da indústria automobilística se instalaram em território brasileiro. E, melhor, buscaram novos locais além do Sudeste, que já concentrava a maioria destas plantas.
Desta forma, surgiram novas empresas no Rio de Janeiro, no Ceará, Bahia e Pernambuco, além do Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro, entre outros, gerando 15.500 novos empregos diretos e mais de 45 mil empregos indiretos, acrescenta a secretária.
As novas empresas passaram a fabricar no Brasil componentes, peças e máquinas que antes eram importados por outras empresas, com um impacto estimado de R$ 20 bilhões na economia.
Essas e outras medidas já mostram resultados, como mostra a pesquisa divulgada nesta terça-feira, pelo IBGE, refletindo movimentos mais significativos da indústria nos setores de informática, produtos eletrônicos e ópticos e veículos automotores, reboques e carrocerias.(blog.planalto.gov.br)