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Malária pode causar abortos e partos prematuros

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16/09/2014 15h42

Malária pode causar abortos e partos prematuros, aponta pesquisa da Ufac

Um projeto de pesquisa realizado pela Universidade Federal do Acre (Ufac), coordenado pelo Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (USP), avalia o impacto da malária em gestantes.

A pesquisa revela que a doença está causando abortos e partos prematuros, além de outras complicações às mães e aos bebês.

A fase de coleta de material do projeto está sendo realizada em Cruzeiro do Sul (AC), que há anos vive um quadro de epidemia de malária.

A pesquisa faz parte da tese de doutorado do professor Rodrigo Medeiros, da Ufac, e da enfermeira Jamille Dombrowski, da USP.

Os pesquisados acompanharam até agora 363 gestantes que contraíram malária, destas 120 foram infectadas pelo parasita Plasmodium falciparum, 189 pelo Vivax e 54 pelos dois tipos.

Seis casos de aborto e 12 partos prematuros foram realizados por consequência da malária, segundo avaliação dos pesquisadores.

Outras 211 gestantes que não contraíram malária também estão sendo acompanhadas para servir de comparativo.

“Quase 80% das mulheres que contraíram malária causada pelo Plasmodium vivax tiveram duas ou mais infecções e isso é preocupante.

Esse plasmodium não pode ser visto pelos profissionais de saúde como a malária benigna, às vezes existe uma preocupação que apenas a malária causada pelo Plasmodium falsiparum é grave, mas o outro tipo está causando mais complicações”, alerta o professor Rodrigo Medeiros.

As gestantes são acompanhadas durante o pré-natal com visitas domiciliares e no momento do parto, onde o bebê também é avaliado.

Todo material colhido será levado para o Instituto de Ciências Biomédica da USP para ser analisado sob a coordenação do professor Claudio Marinho, que desenvolve no mesmo projeto sua tese de pós-doutorado.

O resultado do projeto que deve ser concluído em um ano e três meses, segundo Rodrigo Medeiros, pode ajudar em novos métodos de atendimento a mulheres grávidas que contraírem malária e até inserir o exame para a doença nas consultas de pré-natais.

“Existem muitos casos de malária que não apresentam sintomas na gestante, enquanto isso, a criança pode estar sendo prejudicada, por isso é importante fazer o exame.

Outro ponto é que podemos apresentar proposta ao Ministério da Saúde sobre os medicamentos, sugerindo outra medicação que não cause tanto impacto a gestante que contrair malária”, explica.

Ao todo 12 pessoas trabalham no projeto com previsão de ser concluído em mais de um ano e mesmo em andamento venceu o Prêmio Jovem Pesquisador 2014, durante o 50° Congresso de Medicina Tropical realizado em Rio Branco, no final do mês de agosto. (G1)

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