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Enfermeiros iniciam ‘operação tartaruga’ no Evangélico

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17/12/2014 08h55 – Atualizado em 17/12/2014 08h55

Enfermeiros iniciam ‘operação tartaruga’ no Hospital Evangélico

Sem previsão de pagamento de salário, funcionários reduzem a partir de hoje a carga horária de trabalho

Flávio Verão

A categoria de enfermagem do Hospital Evangélico em Dourados decidiu reduzir as atividades a partir de hoje em protesto ao atraso do pagamento referente ao mês de novembro e a primeira parcela do décimo terceiro. A decisão foi tomada na manhã de ontem em assembleia logo após a classe sindical se reunir com a direção do hospital e receber a informação que não há dinheiro em caixa para pagar os funcionários.

O constante atraso de salário acontece há mais de um ano e o hospital alega que o motivo é a falta de repasse de recursos do governo federal através de um convênio não pago até agora. O detalhe é que os profissionais não são contratados pelo poder público e sim pelo Evangélico, unidade particular e que presta serviços ao Sistema Único de Saúde (SUS).

Na tentativa de conseguir recursos para pagar ao menos o salário de novembro, o Sindicato dos Trabalhadores na Área de Enfermagem (SIEMS), presidido por Lázaro Santana, se reuniu com equipe da Secretaria de Saúde de Dourados para pedir ‘socorro’, embora a prefeitura não tenha nenhum tipo de responsabilidade com o salário dos funcionários do Evangélico. “Sem salário os funcionários vão reduzir as atividades. E a greve da categoria está agendada para ter início a partir de sexta-feira”, disse Lazaro, ao ouvir durante a reunião que a prefeitura nada poderia fazer.

Críticas

O secretário de saúde de Dourados Sebastião Nogueira critica a forma como a administração do Evangélico conduz o processo de pagamento dos funcionários, culpando a falta de repasse de recursos do governo federal como desculpa.

“Esse dinheiro do governo é para pagar os serviços que a prefeitura contrata do hospital, das áreas de oncologia, cardiologia e nefrologia”, explica o secretário. “Se o hospital tem problema de administração e de caixa, não cabe a ele culpar o recurso ainda não passado pelo governo federal, pois esse recurso não é para salário”, dispara o secretário, questionando que a desculpa do Evangélico perante aos funcionários e à sociedade dá o entendimento que a responsabilidade de salário é da prefeitura.

Ainda de acordo com o secretário, os serviços de oncologia, cardiologia e de nefrologia são feitos de forma terceirizadas e não propriamente pelo hospital. “O Evangélico contratou empresas para prestar esses serviços de alta complexidade para o SUS”, explica, ressaltando que os recursos são de R$ 1,4 milhão por mês. Até agora o governo federal não deu sinal de repasse. Isso significa que não há prazo de pagamento do salário dos funcionários.

Ao utilizar essa verba para o pagamento de funcionários, o Evangélico pode ficar sem honrar as dívidas com os prestadores de serviços terceirizados, como o serviço de oncologia, conhecido popularmente como “Hospital do Câncer”, ala construída com recurso de doações, mas que pertence ao Evangélico. Constantemente a empresa que administra o “Hospital do Câncer” também fica sem receber repasses do Evangélico, vindo do governo federal, e ameaça paralisar as atividades.

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