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Deficientes auditivos ficam sem atendimento

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Deficientes auditivos ficam sem atendimento; secretário de saúde abre licitação

Contrato com a prestadora de serviço encerrou no final do ano passado deixando mais de 3 mil sem o serviço

10/05/2017 06h41 – Por: Valéria Araújo

Mais de 3 mil pessoas com deficiência auditiva de Dourados e região estão sem atendimento público via Sistema Único de Saúde (SUS) em Dourados. A informação é do paciente e membro do Sindicato da Enfermagem da Grande Dourados Edvaldo Moreira.

Segundo ele, desde o início do ano a Prefeitura não renovou o contrato com a prestadora de serviço. Por isso os pacientes estão tendo que pagar para fazer avaliações, exames e manutenção. Sem contar com os pacientes que aguardam receber o aparelho auditivo que, segundo Edvaldo, custaria em torno de R$ 2 mil.

O paciente conta que o aparelho auditivo é de fundamental importância no dia a dia de quem tem problemas de audição. “Ele estabiliza a doença e garante uma melhor qualidade de vida para o paciente.

Um dia a mais sem o parelho representa muito porque a pessoa que não consegue ouvir sofre com outras doenças como a depressão e a ansiedade, por exemplo. Eu mesmo terei que pedir licença de algumas atividades que realizo porque tenho muitas dificuldades. 60% da conversa eu não consigo ouvir em algumas situações. É muito difícil”, explicou.

Em suas redes sociais Edvaldo postou sua indignação. “Usuários do SUS com deficiência auditiva estão abandonados (as), desde o início da administração da prefeita Délia Razuk os mesmos estão desassistidos. Muitos esperam há anos por aparelhos auditivos e convivem com o esquecimento da gestão atual. São em torno de três mil usuários, fora os outros que ainda não foram diagnosticados. O contrato da empresa que realizava atendimento desde 2009 não foi renovado! Por um lado (gestão) não quer ampliar o serviço é do outro (prestador) precisa ganhar o mínimo necessário. E no prejuízo fica a pessoa com deficiência auditiva que hoje tem que pagar, mesmo sem condições para avaliações auditivas e manutenção dos aparelhos. Com a palavra os órgãos competentes”.

A presidente do Conselho Municipal de Saúde de Dourados Berenice de Oliveira Machado, disse que vem recebendo reclamações de deficientes auditivos. “Assim que o Conselho tomou conhecimento do problema cobrou a Prefeitura para que resolvesse a situação o quanto antes”, explica.

PREFEITURA
O Secretário de Saúde de Dourados Renato Vidigal disse que está em andamento um chamamento público para que empresas interessadas possam prestar o serviço em Dourados. O processo dura de 30 a 60 dias. Enquanto isso os pacientes em casos de urgência estão sendo encaminhados e atendidos em Campo Grande.

Conforme o secretário, uma auditoria realizada na Saúde apontou algumas denúncias graves contra a empresa que prestava o serviço. Entre elas manutenções desnecessárias, a suposta colocação de aparelhos em nome de pacientes que já morreram, e que a empresa procurava pacientes em cidades vizinhas para encaminhar para a colocação do aparelho. “A empresa vai se defender das denúncias da auditoria e acredito que ela não quiz mais participar do chamamento público por causa da nosso alto nível de cobrança por qualidade no atendimento”.

OUTRO LADO
A direção da empresa que prestava serviço para a Prefeitura disse que a auditoria foi feita sem fundamentação técnica e sem comprovar nenhuma irregularidade, levando a entender que poderia se tratar de uma possível perseguição para que a empresa deixasse de atender no município.

Além disso, todas as provas de idoneidade da então prestadora de serviço já foram apresentadas para o Ministério Público Estadual por iniciativa dela, que inclusive, denunciou a Prefeitura, a auditoria e o descaso com os pacientes.

A empresa ressaltou ainda que teve que parar de atender o SUS porque a Prefeitura já acumulava uma dívida de R$ 700 mil e que nunca foram pagos. Os débitos ao longo do tempo fizeram com que a empresa, inclusive, ficasse sem funcionamento.

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