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Comitê de monitoramento aponta risco de 0,1% de déficit de energia este ano

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Agência Brasil 06/08/2017 17h05

O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) informou hoje (3) que o risco de déficit de energia este ano é de 0,1%. O percentual considera a situação dos subsistemas Sudeste/Centro-Oeste e Nordeste.

O colegiado é responsável pelo acompanhamento das condições de abastecimento e pelo atendimento ao mercado de energia elétrica do país.

Em reunião na quinta-feira, o Operador Nacional do Sistema (ONS) apresentou dados do Plano de Operação Elétrica para 2017.

O plano avalia o desempenho dos sistemas elétricos nacionais interligados, tomando como projeção o período de janeiro de 2018 a abril de 2019.

Segundo o comitê, ao final do mês de julho, verificaram-se percentuais de Energia Armazenada (EAR) de 38,4%, 71,1%, 15,3% e 59,4% respectivamente nos reservatórios equivalentes dos subsistemas Sudeste/Centro-Oeste, Sul, Nordeste e Norte, “referenciados às respectivas EAR máximas.

Os valores esperados de armazenamentos equivalentes ao final do mês de agosto são: 32,6% no Sudeste/Centro-Oeste, 60,5% no Sul, 11,5% no Nordeste e 50,0% no Norte”, acresentou o colegiado.

O ONS informou também que, em termos de Energia Natural Afluente (ENA) bruta, “foram verificados no mês de julho de 2017 os valores de 79% no Sudeste/Centro-Oeste, 38% no Sul, 31% no Nordeste e 60% no Norte, referenciados às respectivas médias de longo termo (MLT).”

A ENA reflete o volume de energia que pode ser produzido de acordo com o regime de chuvas em determinado local. Quanto maior a ENA, maior a quantidade de energia possível de ser produzida.

O ONS acrescenta que as informações apontam para uma situação de neutralidade na temperatura superficial do Oceano Pacífico Equatorial e que tal cenário “não deve interferir significativamente no regime pluviométrico nos próximos meses.

Os dados mostram ainda que “previsões recentes indicam com maior probabilidade a continuação de uma situação de neutralidade ao longo deste ano.

Ainda durante a reunião, a Secretaria de Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia informou que a expansão do sistema no ano de 2017, até o mês de julho, “totalizou 3.708,5 MW de capacidade instalada de geração, 1.139,7 km de linhas de transmissão de Rede Básica e conexões de usinas e 8.039 MVA de transformação na rede básica”.

A secretaria destacou ainda a entrada em operação comercial da sexta unidade geradora da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, com 611 MW de capacidade instalada.

Rio São Francisco

Apesar da avaliação, o ONS destacou que, em razão da escassez de chuvas, foi emitida autorização pela Agência Nacional de Águas (ANA) para a redução das vazões defluentes dos reservatórios de Sobradinho e Xingó para o valor médio diário de 550m³/s.

No entanto, para que os testes com essa vazão sejam iniciados, é necessário que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) também emita sua autorização, o que está sendo aguardado.

De acordo com simulações do operador, o quadro de situação desfavorável continua. Simulações atualizadas de expectativa de armazenamento nas usinas hidrelétricas de Três Marias, Sobradinho e Itaparica, ao longo do período seco, “utilizando os piores cenários de afluências verificados no histórico, têm se aproximado da realidade vivenciada atualmente”.

Os resultados mostram que os níveis de armazenamento de Três Marias e de Sobradinho atingirão 4,1% e -1,0% dos volumes úteis dos reservatórios, respectivamente, ao final do período seco, em novembro.

O ONS observa que, “caso a vazão defluente de Xingó seja reduzida para 550m³/s a partir do mês de setembro, o reservatório de Sobradinho conseguirá manter-se acima de seu nível mínimo operativo, com 0,3% do volume útil ao final do período”.

A situação de Sobradinho, maior reservatório do país em área alagada, é preocupante. O Lago de Sobradinho, na Bahia, principal regulador de águas da Bacia do São Francisco, iniciou o mês de agosto com apenas 10% de sua capacidade total de armazenamento, o pior resultado para este mês desde que foi formado, em 1980.

Por causa da situação crítica, o volume de água guardada equivale a menos da metade do que Sobradinho tinha em agosto do ano passado.

Para o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico, diante do atual quadro de escassez hídrica na Bacia do São Francisco, é necessário o permanente “acompanhamento da evolução das condições hidrometeorológicas da bacia e do armazenamento dos reservatórios de Três Marias e Sobradinho, visando identificar a necessidade de implementação de medidas adicionais”.

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