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Com auxílio emergencial, poupança volta a captar recursos em abril

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10/05/2021 15h00 – Por Agência Brasil

Após três meses de retiradas líquidas, a aplicação financeira mais tradicional dos brasileiros voltou a captar recursos.

Em março, os brasileiros depositaram R$ 3,84 bilhões a mais do que sacaram na caderneta de poupança, informou o Banco Central (BC).

Apesar do desempenho positivo, a captação é inferior à registrada em abril do ano passado. Naquele mês, os brasileiros tinham depositado R$ 30,46 bilhões a mais do que tinham retirado da poupança.

Com o desempenho de abril, a poupança acumula retirada líquida de R$ 23,7 bilhões nos quatro primeiros meses do ano.

Essa é a maior retirada acumulada para o primeiro quadrimestre desde 2016, quando os saques tinham superado os depósitos em R$ 32,3 bilhões.

O principal responsável pelo resultado positivo na poupança foi a retomada do pagamento do auxílio emergencial.

A Caixa Econômica Federal depositou o dinheiro em contas poupança digitais, que acumulam rendimentos.

Nessa rodada, o benefício paga parcelas de R$ 150, R$ 250 e R$ 375 por mês, dependendo da família do beneficiário.

No ano passado, a poupança tinha captado R$ 166,31 bilhões em recursos, o maior valor anual da série histórica.

Além do depósito do auxílio emergencial nas contas poupança digitais ao longo de oito meses em 2020, a instabilidade no mercado de títulos públicos nas fases mais agudas da pandemia da covid-19 atraiu o interesse na poupança, mesmo com a aplicação rendendo menos que a inflação.

Rendimento

Com rendimento de 70% da taxa Selic (juros básicos da economia), a poupança rendeu apenas 1,63% nos 12 meses terminados em abril, segundo o Banco Central.

No mesmo período, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), considerado prévia da inflação, atingiu 6,17%.

O IPCA cheio de março será divulgado na próxima terça-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A perda de rendimento da poupança está atrelada a dois fatores. O primeiro são os juros baixos. Atualmente a taxa Selic está em 3,5% ao ano, depois de ficar em 2% ao ano, no menor nível da história, entre agosto de 2020 e março de 2021.

O segundo fator foi a alta nos preços dos alimentos e do dólar, que impactam a inflação desde o segundo semestre do ano passado.

Para este ano, o Boletim Focus, pesquisa com instituições financeiras divulgada pelo Banco Central, prevê inflação oficial de 5,04% pelo IPCA.

Com a atual fórmula, a poupança renderia pouco menos de 2,5% este ano, caso a Selic permaneça em 3,5% durante todo o ano.

O rendimento pode ser um pouco maior caso o Banco Central aumente a taxa Selic nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom).

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