Início Notícias Inflação da indústria fica em 1,83% em maio e acumula 9,06% no...

Inflação da indústria fica em 1,83% em maio e acumula 9,06% no ano

0
Indústria extrativa é o destaque com a maior variação, de 12,50%, e a maior influência, 0,66 p.p., do IPP - Foto: Geraldo Falcão/Agência Petrobras

IBGE

Os preços no setor industrial em maio de 2022 tiveram alta de 1,83% em relação a abril. Na passagem de março para abril, a variação havia sido de 2,08%. No acumulado do ano, o indicador atingiu 9,06%, a segunda maior taxa para o mês de maio da série histórica. No índice que registra o acumulado nos últimos 12 meses, a taxa foi de 19,15%.

Mais uma vez, a indústria extrativa é o destaque com a maior variação (12,50%) – após variação negativa (-11,54%) em abril – e a maior influência: 0,66 ponto percentual (p.p.). Os dados são do Índice de Preços ao Produtor (IPP), divulgado hoje (1) pelo IBGE.

“Os dois produtos com maior peso nas indústrias extrativas – óleo bruto de petróleo e minério de ferro – contribuíram para o destaque no IPP de maio por razões parecidas. Após a apreciação acumulada nos primeiros meses do ano, verificamos em maio uma depreciação corrente do câmbio o que, tudo o mais constante, provoca um aumento do montante em reais recebido pelos produtos cotados em moeda internacional, como o petróleo e o minério. No caso do óleo bruto, os preços internacionais se recuperaram em maio e no caso do minério, em particular, é observada uma recuperação na segunda quinzena do mês, período em que se concentraram as exportações brasileiras do produto. Essa combinação de depreciação cambial com recuperação dos preços internacionais é importante para explicar o aumento de preços das indústrias extrativas, a principal responsável pelo resultado geral no mês”, explica o analista da pesquisa, Felipe Câmara.

Vale lembrar que as indústrias extrativas também foram destaque em abril, só que pelo viés negativo (-11,54). O analista diz que as razões são semelhantes – a dinâmica cambial e dos preços internacionais – só que com o movimento oposto. “Em abril ainda tivemos um mês com apreciação cambial e os preços internacionais tanto do petróleo quanto do minério estiveram em baixa. Em função da volatilidade no preço dessas duas commodities e do peso que as indústrias extrativas representam no cálculo do índice geral, o setor acabou figurando entre os destaques nos últimos meses, seja quando variou negativamente ou quando variou positivamente”, analisa Câmara.

O IPP mede a variação dos preços de produtos na “porta da fábrica”, isto é, sem impostos e frete, de 24 atividades das indústrias extrativas e da transformação. Dessas, 21 apresentaram alta em maio.

Preços ao produtor – Variação mês/mês anterior (%)

Os quatro setores com maiores variações, em termos absolutos, foram: indústrias extrativas (12,50%); papel e celulose (4,96%); fumo (4,55%); e outros equipamentos de transporte (3,96%). As maiores influências ocorrem em: indústrias extrativas (0,66 p.p.), refino de petróleo e biocombustíveis (0,36 p.p.) papel e celulose (0,14 p.p.) e metalurgia (0,14 p.p.).

Em contraponto aos setores que pressionaram os preços de maio para cima, como as indústrias extrativas e refino de petróleo e biocombustíveis, alguns setores com peso importante no cálculo do IPP apresentaram variação mais atenuada ou negativa no mês, ajudando a justificar a menor variação percebida no índice geral nos últimos três meses.

Esse é o caso da indústria de alimentos (maior peso no cálculo), com uma desaceleração nos preços, 0,32% de variação em maio, afetada pelo fim da colheita da soja e pelo maior nível do abate de bovinos, que aumentaram a oferta nestas duas cadeias, puxando o preço médio do setor para baixo, destaca Câmara.
Além da fabricação de alimentos, outra atividade com peso importante, o setor de outros produtos químicos, apresentou uma variação de -1,31%, refletindo a redução do preço internacional dos insumos fertilizantes frente ao período de entressafras na América Latina.

“Sob um olhar do quadro geral a combinação de câmbio e preços internacionais foi importante na determinação da inflação industrial de maio. E, para além disso, a indústria ainda convive com constrangimentos de oferta e suprimento, com pressões de custo na aquisição de matérias-primas, combustíveis e energia em geral. Mas há também o contraponto no mês corrente, associado à sazonalidade na indústria global e doméstica de alimentos, com impactos, inclusive no mercado internacional de fertilizantes”, resume o analista.

Olhando sob a ótica das grandes categorias, bens intermediários e bens de capital superaram inflação média. O aumento nos bens intermediários muito associada aos já mencionados aumentos nas indústrias extrativas, mas também ao seu impacto, ao longo dos meses, nos custos das cadeias “a jusante”, como a siderurgia e produtos do refino. “No caso de bens de capital, em particular, os maiores preços das máquinas e equipamentos agrícolas são destaque, em um período de planejamento investimento em capital para o plantio do segundo semestre do ano”, conclui.

Mais sobre a pesquisa

O IPP acompanha a mudança média dos preços de venda recebidos pelos produtores domésticos de bens e serviços, e sua evolução ao longo do tempo, sinalizando as tendências inflacionárias de curto prazo no país. Trata-se de um indicador essencial para o acompanhamento macroeconômico e um valioso instrumento analítico para tomadores de decisão, públicos ou privados.

A pesquisa investiga, em pouco mais de 2.100 empresas, os preços recebidos pelo produtor, isentos de impostos, tarifas e fretes e definidos segundo as práticas comerciais mais usuais. Cerca de 6 mil preços são coletados, mensalmente. As tabelas completas do IPP estão disponíveis no Sidra.

SEM COMENTÁRIOS

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Sair da versão mobile