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Contrabando prejudica venda de pneus

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Os impostos e a concorrência com o Paraguai estão tirando o sossego de muitos empresários de Dourados, principalmente do ramo de pneus. Segundo eles, a queda nas vendas é a maior dos últimos anos; cerca de 80% desde 2004.

De acordo com o empresário José Carlos Campanholli, o contrabando é um dos fatores que mais prejudica o comércio local. “A concorrência é impossível, se comparado o preço dos produtos comercializados no Paraguai. O pior de tudo é que os produtos saem daqui, com preços baixos, já que existe a isenção de impostos para a exportação, e acabam voltando muitas vezes de forma irregular”, salienta.

O empresário acrescenta que de quatro anos para cá as demissões estão sendo inevitáveis. “Muitos empresários que só trabalham com pneus estão apenas sobrevivendo do trabalho, porque não existe mais lucro. A alternativa está sendo investir em acessórios ou serviços de manutenção, para garantir procura”, comenta.

Ele diz que a classe se sente sufocada. “O peso maior da carga tributária, segundo o empresário, está no Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) e Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que chega a cobrar 28% do valor da mercadoria”, revela.

Para o gerente Odair Zolet, a situação das empresas é terrível. “O preço é muito diferenciado. O consumidor que compra dois pneus no Brasil tem a chance de comprar quatro no Paraguai, devido a desvantagem de preços provocada pelos impostos”, disse.

Para o gerente, mesmo com a concorrência desleal, as empresas de Dourados estão oferecendo várias vantagens para atrair o cliente. “O benefício de se comprar no país, são as formas de pagamento, que podem ser parceladas, a garantia de seis meses ou mais, a assistência pós-vendas, que oferece ao consumidor orientações de manutenção e segurança. Além disso, as empresas disponibilizam montagem e balanceamento, serviços não disponíveis gratuitamente no Paraguai”, destaca.

O empresário lembra que quando há operações da polícia ou Exército nas fronteiras, a situação melhora para o empresário. “O contrabando diminue muito. Infelizmente são poucos dias de trabalho intenso”, pondera.

Para ele, outro fator que dificulta a fiscalização, é que os próprios consumidores compram os pneus no país vizinho e já instalam no veículo. “Com os pneus montados é difícil coibir a prática”, ressalta. (Colaborou Valéria Araújo)

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