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‘Não é um trabalho pesado, só não carrego saco de cimento’

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08/03/2014 08h06 – Atualizado em 08/03/2014 08h06

‘Não é um trabalho pesado, só não carrego saco de cimento’

Marli Lange

Luiza Soares Gonçalves, 50 anos, é daquele tipo de mulher que não tem medo de colocar a ‘mão na massa’, no sentido literal da palavra. Ela faz assentamento de pisos e azulejos há 25 anos e simplesmente adora o que faz. “Não acho uma profissão difícil e nem pesada. Sei fazer bitoneira, dosar a massa, mas a única coisa que não faço é carregar saco de cimento”, comentou.

Ela conta que começou na profissão de azulejista para ajudar o marido, José Carlos nas obras. “Como ele tinha que contratar alguém para ajudar nas obras, decidi eu mesma pegar o serviço para que o dinheiro ficasse todo em casa. Foi assim que comecei e peguei gosto pelo serviço que hoje considero uma profissão”, revela Luiza.

Para ela é um serviço difícil como qualquer outro. Luiza e o marido levantam todos os dias por volta das 5h. Ela já deixa o almoço pronto à noite. No outro dia cedinho apenas esquenta e coloca na marmita. Ela e o marido passam o dia no trabalho e só retornam para a casa à noite. “Prefiro trabalhar com azulejista do que fazer serviços domésticos, que ficam para os finais de semana”, completa Luiza que tem três filhos adultos e três netos.

Luiza, que mora sozinha com o marido na Vila Cachoeirinha, conta que quando começou na profissão, as pessoas achavam que esse serviço era só para homens e lugar que de mulher era em casa fazendo faxina. “Foi um desafio, naquela época mulher nenhuma fazia esse tipo de serviço. Eu encarei com coragem e hoje existem até cursos para ensinar as mulheres a fazer isso”, comenta.

Luiza explica que a profissão de azulejista é bastante apropriado para as mulheres que, caracteristicamente são mais observadoras e cuidadosas. “Elas são detalhistas e cuidadosas para esse tipo de serviço que exige um certo zelo para que não hajam erros”, explica.

Ela lembra que as mulheres tiveram muitas conquistas nos últimos anos. “Elas estão cada vez mais em áreas que antes eram restritas aos homens. Hoje elas fazem tudo, são competitivas de forma geral, seja como empreendedoras, na política, nas artes, enfim (…). “E, olha que fazem tudo isso e não deixam de cuidar da família e da casa. As mulheres são verdadeiras heroínas”, comenta Luiza.

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