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quarta-feira, 1 de maio de 2024

Como enfrentar as redes sociais em véspera de eleições

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25/10/2014 09h51 – Atualizado em 25/10/2014 09h51

Redes sociais são, o tempo todo, palco de manifestações inflamadas – sobre futebol, celebridades, economia, a vida dos outros. O cenário esquenta mais ainda quando nos aproximamos de momentos de tensão coletiva, como o segundo turno das eleições para presidente e governadores de vários estados. É difícil encontrar quem não esteja ao menos incomodado com as manifestações de algum amigo ou parente no Facebook, no Whatsapp, no Twitter. Há até quem tenha desfeito amizades.

Se você se enquadra no grupo dos preocupados com seus relacionamentos em tempos de radicalismo político na internet, aqui vai uma receita para superar o período difícil. Ouvimos psicólogos e especialistas em mídias sociais que nos ajudaram a criar um “manual de administração de relacionamentos nas redes sociais para períodos de tensão coletiva”. Use-o antes de eleições e jogos de futebol importantes.

  1. Não seja o tio bêbado virtual
    O psicólogo Pedro Del Picchia, mestre em Comunicação com dissertação sobre redes sociais, tem uma analogia interessante: considera que navegar muito nas redes sociais causa um efeito parecido com o de consumo de álcool ou drogas. O usuário perde as inibições, perde discernimento, torna-se mais agressivo e fala (ou escreve) mais rapidamente do que pensa. Parece o seu tio normalmente engraçado, mas que fica bêbado no churrasco e começa a gritar “Bom mesmo era no tempo da ditadura!”. Há coisas que você não deveria pensar. E, se pensa, não deveria manifestar.

  2. Conte até 30
    Serve para a vida real e a virtual. Experimente fazer um exercício: ao escrever um texto inflamado no Facebook ou uma mensagem ríspida no Whatsapp, não envie. Pare de olhar para o computador ou celular por 30 segundos. Levante da mesa ou do sofá, tome água. Volte, releia o que escreveu. Vale mesmo a pena publicar? Você não está se expondo demais? Não estará ofendendo alguém? Depois do exercício, tome sua decisão. Um palpite: com essa técnica, você passará a desistir de publicar ao menos um em cada três textos que escrever.

  3. Escolha as brigas certas
    O ideal é não brigar. Mas se for para entrar em alguma discussão que vale a pena, escolha bem com quem travará um embate — especialmente se for público. Tem gente disposta a provocar e ou criar polêmica apenas para conseguir mais curtidas e comentários. Fuja desses tipos.

  4. Não faça comentários preconceituosos e generalizantes
    Clássicos na categoria são “Como é que pode, o sujeito estudou, tem pós graduação e vai votar em X” ou “Pensei que o sujeito tinha sensibilidade para os problemas do país, mas vai votar em Y”. Talvez o alvo da provocação seja alguém específico, mas ele ofenderá todo mundo que vai votar em X ou Y, ignorando os diferentes motivos que levaram cada um a tomar suas decisões. O mesmo vale para as brincadeiras entre amigos que fazem ironia com preconceitos. Amigos próximos podem dar, uns aos outros, o direito de brincar com o gênero, etnia, orientação sexual, hábitos e características dos integrantes desse círculo restrito. Mas essa “autorização” não vale para manifestações públicas, como publicar mensagens abertas numa rede social. Quem estiver lendo e não fizer parte do círculo terá razão em se sentir ofendido e em formar um juízo de valor nada elogioso sobre quem faz a piada.

  5. Verifique a veracidade do que compartilha
    Um dos hábitos mais irritantes dos primeiros usuários de e-mail era repassar automaticamente o que recebiam – o espírito era “na dúvida, melhor repassar”. Errado. Na dúvida, interrompa a corrente, porque o hábito piora muito a vida nas redes sociais. Será que o ator Wagner Moura publicou mesmo uma foto dele vestido de Capitão Nascimento bradando “Pede pra sair!” a um candidato? A foto da multidão é de passeata pró candidato ou do réveillon em Copacabana? Antes de compartilhar, cheque de onde vem a informação e atribua os créditos corretos dos autores dos textos. Há muita besteira circulando pela rede. Não passe vergonha.

  6. Desligue a metralhadora de links
    Discordar da postagem de alguém com uma resposta clara e sucinta é uma ótima forma de começar uma discussão saudável. Um texto um pouco maior e um ou dois links de fontes confiáveis está dentro das regras de etiqueta virtual. Evite, porém, publicar uma sequência de links de sites e blogs que contrariem a tese do seu amigo. Você poluirá a linha do tempo de todo mundo. Ninguém tem tempo sobrando para clicar em link por link e ler tudo só para entender o seu raciocínio. Se você não consegue resumi-lo num comentário sintético e coerente, é você quem precisa ler mais e pensar melhor.

  7. Evite textos gigantes e redundantes.
    Falando sério. Nem sua mãe vai ler.

  8. Comentário publicado é como filho que sai de casa
    Ao publicar um texto, você perde o controle de quem irá ter contato com ele e como ele será interpretado e usado. Desconhecidos irão comentar, compartilhar, capturar a imagem da tela, usar fora de contexto, adaptar, fingir que é deles, colocar em fóruns e, quem sabe, em boca de sapo. Você e seu texto estão maduros o suficiente para essa separação?

  9. Não seja um inquisidor
    Se você não tem problema algum em declarar o seu voto em público, que bom para você. Tem gente que não é assim, e o voto é secreto. Não coloque seus amigos na parede, se eles não se sentem confortáveis revelando o voto ou se não se sentem seguros a respeito de qual candidato escolher. Se você é do tipo que não contém a curiosidade e o amigo é próximo, insista apenas em conversa privada. E o voto dele continuará a ser um segredo que você tem de saber guardar.

  10. Respeite a página alheia
    Entrar na página de um candidato a presidente para dizer o que você pensa de forma mais ríspida não deverá trazer grandes problemas. Afinal, estamos numa democracia. Mas cuidado ao reagir àquelas mensagens de amigos de amigos que aparecem de repente para você. Isso ocorre quando algum amigo seu comentou um texto alheio e aberto. Você pode arrumar uma briga com um desconhecido e com o amigo (que talvez até concorde com a sua posição política). (Revista Época)

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