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quarta-feira, 1 de maio de 2024

Rotatória da 163 faz 7 vítimas em 2 meses em Dourados

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10/11/2014 08h22 – Atualizado em 10/11/2014 08h22

Rotatória da BR-163 faz sete vítimas em dois meses em Dourados

Flávio Verão

Sete acidentes em menos de dois meses. É o que contabiliza moradores às margens da BR-163, na Quarta Linha, entre os distritos de Vila São Pedro e Vila Vargas em Dourados. Veículos em alta velocidade não enxergam a rotatória, uns chegam a rampar e outros na tentativa de fazer o contorno perdem a direção e invadem casas nas imediações.

Josué Braga Luna, de 62 anos, mora bem ao lado da rotatória. Nascido e criado no local ele diz que vê o perigo diariamente. “Eu temo um acidente com uma carreta. Se isso acontecer ela irá invadir a minha casa e meu pequeno comércio”, diz apreensivo. No último dia 17 de setembro ele ajudou a socorreu uma homem que acompanhado de um amigo num veículo não conseguiram fazer o contorno e bateu violentamente num Ipê, bem em frente a sua casa.

“Me lembro muito bem dessa cena. Era por volta das 20h, quando ouvimos um estrondo. Chegamos a prestar a primeira assistência aos ocupantes do veículo até a chegada do socorro”, recorda Josué. Com o impacto do carro na árvore, o condutor morreu e o carona teve várias fraturas.

Com a duplicação da rodovia, feita a alguns anos, o trecho ao redor da rotatória foi aterrado, deixando as casas ao redor num desnível de aproximadamente três metros abaixo da rodovia, numa ribanceira. Da casa de Josué dá para ver apenas as carretas. “Durante o dia não há problema, pois os motoristas enxergam a rotatória. É a noite que acontece os acidentes”, conta ele, que tem um bar e recebe amigos da região diariamente.

Há pouco mais de três semanas um veículo Corolla perdeu a direção, capotou e foi parar na plantação de bananeira de Josué, cerca de quatro metros de distância da casa dele. Parte da carcaça do carro está no local. Já a dez dias um outro veículo também capotou, parando ao lado da casa. “A gente fica apreensivo pois a qualquer momento um carro pode atingir qualquer um de nós”, diz o morador, que reside com a esposa no local, mas recebe clientes diariamente, principalmente à noite. O vizinho dele, o motorista Célio Donizete Sanches da Silva, também já presenciou acidentes na rotatória. “Um condutor da carreta não viu a rotatória e rampou ela. Passado umas duas horas aconteceu a mesma coisa com um carro de passeio”, relata, apontando à reportagem marcas de pneus no gramado da rotatória. “Vi isso da varanda da minha casa”, explicou.

O último acidente ocorreu semana passada. Um veículo freou bruscamente no contorno da rotatória e tombou. Por pouco não desceu o barranco em direção à casa de Josué. Os moradores contam que os acidentes ampliaram a partir de setembro, quando foram retirados os marcadores de alinhamento das margens da BR-163, próximo da rotatória. A reportagem constatou que há sinal no meio das pistas duplas, sinalizando redução de velocidade para 60km, 40km, uma placa de sentido circular de rotatória e outra de preferência. As duas últimas estão a poucos metros da rotatória.

Os moradores sugerem mais sinalização numa distância maior da rotatória, como forma de alertar os condutores. “Sabemos que há condutores distraídos e como muitos abusam da velocidade os acidentes acontecem”, disse Célio Donizete. Ele acredita que uma sinalização melhor irá evitar mais tragédias. Já Josué, por morar ao lado da rotatória, pede a instalação de guard-rail, para evitar que veículos invadam residências.

A reportagem entrou em contato com a assessoria da concessionária CCR MSVia, administradora da BR-163 após privatização. Em nota, a concessionária informou que, “em todas as rotatórias, os marcadores de alinhamento foram removidos, pois não atendiam o que está preconizado no Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Para melhorar a segurança dos usuários, a CCR MSVia implantará linhas de estímulo de redução à velocidade – LERV, e fará uma complementação da sinalização vertical de regulamentação e advertência”. Esse serviço, de conservação, já vendo realizado pela BR-163, rodovia que corta o Estado.

Josué e Célio mostram meio fio quebrado com a batida de veículos e moradias que já foram ‘visitadas’ com acidentes. (Foto: Hédio Fazan)

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