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quarta-feira, 1 de maio de 2024

Avião que fez pouso forçado com Angélica e Huck não podia voar

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Avião que fez pouso forçado com Angélica e Huck não tinha condição de voar

21/04/2017 18h02 – Por: G1/MS

O avivião que fez um pouso forçado em Mato Grosso do Sul há quase um ano com o casal de apresentadores Luciano Huck e Angélica não tinha condições de voar. O relatório final do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), do Comando da Aeronáutica, mostra que houve falha da tripulação e que o avião não poderia ter levantado voo por causa de dois equipamentos essenciais que estavam inoperantes.

Piloto e copiloto não cumpriram o checklist obrigatório em casos de pane. Se tivessem seguido o procedimento padrão, conseguiriam chegar a Campo Grande, segundo o relatório. “A condição em que foram encontrados os manetes de potência, hélice e combustível dos motores, associada aos relatos de passageiros que viram a hélice do motor esquerdo rotacionando em molinete, revelam que os procedimentos previstos em checklist para o caso de falha do motor em voo não foram seguidos”, diz o documento. Ainda conforme o relatório, a tripulação levou 12 minutos para notificar o problema.
A aeronave tinha dois equipamentos essenciais sem funcionar: o gravador de dados de voz, que é uma das caixas-pretas, e um sistema que diminui automaticamente resistência do ar em uma das hélices quando ela para.

Outro problema que resultou na necessidade do pouso forçado do bimotor foi a troca da posição dos sensores de combustível da asa esquerda. O do tanque interno estava instalado no externo, e vice-versa, o que fez com que o piloto achasse que havia combustível naquela asa, o que não era verdade.
Se não fosse a troca dos sensores, os pilotos poderiam ter usado o combustível que estava na outra asa. Uma válvula de alimentação cruzada interligava os sistemas direito e esquerdo, possibilitando, quando necessário, o fornecimento de combustível de uma mesma asa para ambos os motores ou, no caso de um motor inoperante, a alimentação do motor em funcionamento com combustível da asa oposta.

Sem combustível naquela asa, durante o procedimento de descida para pouso no aeródromo de Campo Grande, ocorreu o apagamento do motor esquerdo e a aeronave realizou pouso de emergência em uma fazenda, em Rochedo – a 83 quilômetros de Campo Grande. Os pilotos e os passageiros saíram com ferimentos leves.

Após o pouso forçado, não foi encontrado combustível na asa esquerda da aeronave, enquanto a asa direita havia aproximadamente 320 litros.
Sem manutenção

Outro ponto importante revelado pelo relatório é que a empresa de táxi-aéreo orientava os pilotos a não escriturar “não conformidades” no diário de bordo da aeronave. Eles sequer tinham acesso às cadernetas de motor, célula e hélice.

Além disso, segundo o documento, equipamentos que não eram considerados essenciais para o despacho da aeronave não costumavam sofrer nenhum tipo de manutenção pela empresa.
Os pilotos faziam anotações apenas em um livro de discrepâncias criado pela própria empresa, evitando, assim, a indisponibilidade das aeronaves para o voo.

Eles também sofriam pressão da empresa de táxi-aéreo para voar sempre que possível. Quando um piloto se negava a realizar um voo, a empresa o substituía, temporariamente, por um piloto sem vínculo empregatício, diz o documento.

Avião com Angélica e Luciano Huck fez pouso forçado em MS (Foto: Alysson Maruyama/TV Morena)

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