Uma maior aproximação entre as escolas e as famílias pode ser um caminho para a redução da violência no ambiente...
Uma maior aproximação entre as escolas e as famílias pode ser um caminho para a redução da violência no ambiente escolar, segundo especialistas convidadas para debater o tema nesta terça-feira (27), em audiência pública na Comissão de Educação (CE). A abertura das escolas aos finais de semana para a comunidade também foi apontada como uma alternativa no combate à violência.A secretária-executiva do Observatório Ibero-americano de Violência nas Escolas, Miriam Abramovay, advertiu que o tema ainda é muito "escondido" no Brasil. Ainda não se faz uma conexão, recordou, entre a qualidade do ensino e a qualidade do ambiente escolar. Além da violência que chega à escola "de fora para dentro", disse a pesquisadora, também existe uma violência interna, que estaria ligada à falta de comunicação entre a escola, os jovens e as famílias. - A escola não responde à demanda dos alunos. Escuta-se pouco o jovem, e nada do que é jovem é permitido. Hoje ela é também um espaço fechado para os pais, e teria que haver um maior diálogo entre as famílias e a escola - recomendou Miriam Abramovay.A violência nas escolas, observou por sua vez a psicóloga Sandra Maria Coli Férrer, pode ser um reflexo do que acontece nas famílias. Na sua opinião, seria necessária uma maior aproximação com as famílias para se saber o que pode estar prejudicando os alunos. Entre outras medidas, sugeriu a presença, nas escolas, de psicólogos e assistentes sociais, para se construir um "olhar mais global" sobre o assunto.- O problema é grande e as soluções têm que ser grandes, sim - afirmou Sandra Férrer, que é especialista em Análise Clínica do Comportamento Humano.A garantia de acesso das crianças e dos adolescentes ao conhecimento de seus direitos foi defendida pela professora Adriana Costa de Miranda, da Universidade Estadual de Roraima. Um dos maiores problemas de seu estado, segundo relatou, é o tráfico de crianças e adolescentes para os países vizinhos Venezuela e Guiana. Por isso, começam a ser divulgados nas escolas textos em linguagem acessível sobre os direitos das crianças e dos adolescentes e as precauções que devem tomar, por exemplo, contra a violência sexual.