Cerca de 80 representantes de famílias Sem-Terra do Estado, invadiram na manhã desta quarta-feira a sede da Funai em...
Cerca de 80 representantes de famílias Sem-Terra do Estado, invadiram na manhã desta quarta-feira a sede da Funai em Dourados. O grupo reivindica um laudo da fundação, informando que não há interesse indígena na Fazenda Cachoeira, em Tacurú. O impasse burocrático, segundo os manifestantes, está impedindo que o Incra inicie o processo de desapropriação da área, que abrigaria 300 famílias que estão espalhadas as margens de rodovias em Sete Quedas, Paranhos, Coronel Sapucaia e Tacurú.
De acordo com um integrante do manifesto, que se identificou apenas como Rui, o impasse já dura três anos. "Durante este período foram feitos estudos com antropólogos que negam que as terras sejam indígenas. Os próprios índios já reconheceram este fato e abriram mão da área. Temos documentos e laudos a nosso favor, já nos reunimos com o governo do Estado e com o procurador do município Charles Motta Pessoa, mas o jogo de empurra continua emperrando o assentamento das famílias. O único impasse continua sendo a burocracia da Funai em emitir a negativa para Brasília, que por sua vez libera a área para processo do incra", disse.
Rui alerta que o grupo pretende permanecer no local até que a autorização vinda do Distrito Federal chegue. "Se for preciso vamos dormir aqui, mas estamos cansados de esperar este documento que teria que ter chegado em dezembro do ano passado", reclama.
Outra observação do manifestante é a respeito da desocupação de trabalhadores da Funai. "Não estamos impedindo as atividades aqui. Muitos estão indo embora por conta própria. Estamos pacíficos e queremos só o que é nosso por direito", conta.
Rui acrescenta ainda que ainda nesta tarde um auditor do Incra de Campo grende deve se reunir com o grupo. "É um auxílio a mais que vamos Ter para resolver o impasse", conta destacando que a classe não está em atrito com os indígenas, "que já declararam o desinteresse pala área", revela.
A gerente-regional da Funai, Margarida Nicoletti, não foi localizada na sede da Funai para eventuais esclarecimentos. (Colaborou Valéria Araújo)