População dá uma pausa e entra no ritmo dos exercícios orientados por fisioterapeutas, no centro de...
População dá uma pausa e entra no ritmo dos exercícios orientados por fisioterapeutas, no centro de Dourados
Doença ocupacional afasta trabalhadores e acaba com carreiras
Maria Lucia Tolouei
Doenças ocupacionais decorrentes da exposição do trabalhador aos riscos da atividade que exerce estão acabando com carreiras, afastando profissionais e onerando os cofres públicos por conta das aposentadorias precoces. O tratamento pode sair caro e o resultado nem sempre é satisfatório. Portanto, o melhor mesmo é prevenir, diz a professora do curso de Fisioterapia da Unigran, Ângela Rios. Ontem, Dia do Fisioterapeuta, profissionais e acadêmicos percorreram o comércio de Dourados para alertar sobre os riscos da doença silenciosa. Nas lojas, comerciários que trabalham em pé quase o dia todo, tiraram um tempo para relaxar, sob a orientação das equipes que também ficaram na Praça Antônio João, com atendimentos gratuitos em fisioterapia e outras orientações. Segundo a equipe, metade das pessoas atendidas ontem apresentaram queixas de dores musculares e, entre a população com idade acima dos 60 anos, mais de 50% têm pressão alta.A professora Ângela Rios explica que a doença ocupacional atinge pessoas na fase mais produtiva da vida, entre 35 a 40 anos, que trabalham durante muitas horas numa função que exige esforço físico de um mesmo grupo muscular.Entre os sintomas a serem investigados estão:
cansaço excessivo, desconforto após a jornada de trabalho, inchaço, formigamento dos pés e mãos, sensação de choque e dor, perda dos movimentos, entre outros.Digitadores, empacotadores em frigoríficos, bancários, entre outros, são vítimas da tendinite, que causa dores nos punhos e pescoço, limitando a função. "As empresas devem tomar cuidado com estes funcionários porque ele podem sofrer lesões e necessitar de afastamento, obrigando a contratar um substituto. É fundamental a conscientização, tanto da empresa quanto do funcionário, para que ele faça pausas e exercícios orientados e apropriados à função que desempenha", diz. A fisioterapeuta lembra que é preciso investir em mobiliário adequado para garantir uma boa postura na execução da tarefa, evitar horas extras e manter um hábito de vida saudável. É importante ter atividades físicas e de lazer que compensem a tensão física e psicológica do trabalho. Além de todos estes fatores, o ambiente também deve ser agradável. O funcionário deve ser valorizado e o local propício, a fim de se evitar o estresse emocional que é um fator importante na causa de dores musculares", diz Ângela Rios. A fisioterapeuta, que é especialista em Saúde da Mulher, pela Unicamp, diz que as pessoas descontam as tensões em grupos musculares diferentes, através de infecções repetitivas, entre outras doenças físicas causadas pelo estresse. "O ambiente humanizado contribui para a harmonia. E a contratação de um profissional fisioterapeuta por uma empresa custa menos que arcar com os prejuízos causados pelo afastamento de um funcionário ou daquela pessoa que continua trabalhando com dores e, sendo assim, produzindo menos", finaliza.SHOPPING
A Associação dos Fisioterapeutas de Dourados e Região (Afidor), que promoveu atividades ontem no centro de Dourados, volta a atender ao público gratuitamente nos dias 25 e 26 de outubro, das 10h às 22h, no shopping.