Marli Lange O interesse cada vez maior do mercado mundial pelo etanol, faz aumentar a expectativa de expansão das...
Marli Lange
O interesse cada vez maior do mercado mundial pelo etanol, faz aumentar a expectativa de expansão das usinas de cana-de-açúcar em Dourados. Projetos de instalação de usinas no município vêm atraindo o interesse de investidores internacionais, que estão sondando a viabilidade econômica da região.
O empresário Celso Dal Lago, que é uma referência em Dourados quando o assunto é usina de cana-de-açúcar, disse que já foi sondado várias vezes por investidores internacionais.
Ele mantém um projeto da instalação de uma usina de álcool e açúcar, localizada no Distrito de Itahum. Dal Lago está com todos os projetos prontos, faltando apenas a liberação do financiamento pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O empresário ainda mantém mais de 10 mil hectares de cana plantados, que hoje abastecem outras usinas da região. A meta é chegar a 30 mil hectares nos próximos anos.
A crise internacional, que começou em 2008, fez com que o negócio fosse interrompido, já que ele depende do financiamento para poder retomar o projeto.
O custo da usina, segundo o empresário, gira em torno de R$ 350 milhões. A previsão é de moer pelo menos três milhões de toneladas de cana por ano. Se tudo der certo, a intenção é iniciar a moagem até o final de 2010. Hoje a Usina Dourados de Açúcar e Alcool emprega aproximadamente 500 pessoas nos processos de produção da cana, das quais 360 são índios. A parte industrial está em fase inicial de montagem.
No entanto, admite que existem empresas multinacionais, interessadas em investir neste segmento na região de Dourados. Os principais fatores que atraem, segundo ele, é o clima favorável, além do solo fértil e os portos, como os de Paranaguá, Santos e Concepción, no Paraguai, que vão facilitar a exportação.
Ele acredita na viabilidade econômica da usina, já que o etanol está em alta. "É um combustível limpo e em curto prazo é a melhor opção para substituir o petróleo, tanto nacional, como internacionalmente", ressalta Celso Dal Lago.
Enquanto os recursos do BNDES não são liberados, o empresário, mantém o projeto de usina em Fátima do Sul. O empresário lembra que a Usina Dourados de Açúcar e Alcool, em construção no distrito de Itahum, está sendo implantada em parceria com o grupo Unialco, de São Paulo. Em pleno funcionamento, a expectativa é gerar algo em torno de 1.200 empregos diretos. Esta será a segunda usina a ser instalada em Dourados.
A primeira foi a São Fernando, localizada a 20 quilômetros do centro da cidade, que já está produzindo álcool e industrializará açúcar no ano que vem.
A primeira etapa da implantação da Usina São Fernando em Dourados começou ainda em 2007, com o processamento da cana. O custo do empreendimento entre a primeira e a segunda fase será de quase R$ 1 bilhão.
Nesta primeira fase, a usina do Grupo Bertin terá capacidade de produzir 2,3 milhões de toneladas de cana para fabricação de etanol e energia elétrica. Na segunda fase, a expectativa é que a usina atinja quatro milhões de toneladas de cana na fabricação de etanol, açúcar e energia elétrica, cuja produção deve atingir 100 mega watts/hora; o suficiente para abastecer uma cidade do porte de Dourados, ou seja, com cerca de 200 mil habitantes.
Com a conclusão da segunda etapa de instalação será possível iniciar a fabricação do açúcar. Hoje, a Usina São Fernando emprega pelo menos 2,5 mil trabalhadores, incluindo a mão-de-obra de empregados na construção civil.