O Arraial do Senhor Bom Jesus de Cuiabá

Alcodan* Na segunda metade do sécul XVII, as regiões do Iguatemi e Ivinhema, a Serra de Maracaju e a Vacaria eram bem conhecidas dos bandeirantes que as pervagavam, singrando com desenvoltura seus cursos d’ água!

Buscavam e conseguiram, os bandeirantes, o preamento de indígenas que os levaram a destruir e arrasar as reduções jesuítas instaladas numa nesga meridional do que é o Mato Grosso hodierno bem como das outras numerosas existentes no Paraguay.

No início do século XVIII, o monçoeiro Antonio Pires de Campos e seus companheiros saíram de Porto Feliz e desceram o Anhembi (Tietê) até o rio Grande (Paraná): por este chegaram ao Pardo e, por ele e seu afluente Anhandui, navegaram até a região que, modernamente se situa a parte central da metrópole morena, já nos altos da serra de Maracaju, que atravessavam casrregando às costas toda a tralha e os mantimentos até encontrarem um riacho que ficou conhecido por Varadouro que deságua no Cachoeirão, todos, hoje em dia, pertencentes ao municipio de Terenos, pelos quais atingiram o Aquidauana, que os levou ao Miranda, o Mebotetey indígena, através deste ingressaram no Paraguai e, subindo-o, conheceram o rio Cuiabá, rio dos Porrudos, na época, que os conduziram até as terras dos índios Coxiponés, localizados na região hoje encravada na capital de todos os mato-grossenses, de onde, após encher os canoões com índios aprisionados, retornaram ao planalto de Piratininga.

Na região aportou, logo depois seguindo a mesma rota, Miguel Sutíil, e, em seguida, com o mesmo propósito de prear índios, chegou a região, Pascoal Moreira Cabral que, junto ao lendário Coxipó-Mirim, ainda nas terras dos Coxiponés, descobriu ouro, abundante e fácil e, colhendo-o,enviou amostras ao governador da capitania de São Paulo para o devido exame, solicitando, se positivo este, que enviasse gente afeita a mineração!

Moreira Cabral e seus comandados enquanto aguardavam resposta do governador de São Paulo acomodaram-se num local denominado Forquilha dando inicio a uma povoação, isto em 08 de abril de 1719, que logo de pois foi batizado como ARRAIAL DO SENHOR BOM JESUS DE CUIABA, que ainda ontem era a capital de Mato Grosso continente e, porque não dizer e escrever com afeto e carinho, eterna capital de todos os mato-grossenses e de diversas gerações de outrotantos sul-mato-grossenses!

E, jazidas de ouro, foram sendo descobertas propiciando, assim e cada vez mais, a afluência de faiscadores e os demais tipos de seres humanos inerentes à descoberta do metal precioso, no caso, o ouro de Cuiabá. Tudo isso provocou e forçou mesmo o rei de Portugal a criar e instalar a capitania de Mato Grosso e Cuiabá, em 1748, desmembrando-a da de São Paulo, designando para governador a ANTONIO ROLIM DE MOURA TAVARES que recebeu determinação especifica de se estabelecer perto da fronteira com terras espanholas, a Bolívia de nossos dias,, e ali fundou, em cumprimento das ordens recebidas, em 1752, a cidade de VILA BELA DA SANTISIMA TRINDADE, às margens do rio Guaporé,onde sediou seu governo.

A capital do Estado de Mato Grosso foi transferida para Cuiabá ,de fato, em 1820, sendo declarada oficiamente, entretanto, somente em 1835, até ai era, tão só,mera capital econômica do Estado (título que Dourados ocupou lauda cum meritum - no dizer do lendário Professor Lins - até o desastroso e medíocre advento do governo dos professores do baixo clero do nosso histórico CEUD)!

PS Parabéns a Cooperativa dos Piscicultores de Dourados pelo inicio da construção do seu Frigorífico, agora, o que não se pode admitir, é o fato da atual administração douradense, querer se assenhorear dessa sonhada obra, pois que, na verdade, ela não colaborou , eis que, quando de sua posse a verba já se encontrava depositada na CEF, pelo contrario, protraiu o quanto pode a realização da licitação que era seu dever e obrigação!VADE RETRO SATANAS!

... assim foi ... assim ... assim será ...*O autor é advogado, poeta, cronista, ex-membro do Conselho Estadual de Cultura e atual detentor da medalha HEITOR MEDEIROS qu se lhe foi outorgada unanimemente pelo plenário da OAB/MS