Inio Roberto Coalho*A Associação Comercial e Empresarial de Dourados - ACED é totalmente favorável a uma grande campanha...
Inio Roberto Coalho*A Associação Comercial e Empresarial de Dourados - ACED é totalmente favorável a uma grande campanha em prol do voto consciente a partir das eleições de outubro deste ano, tanto que em 2009 tivemos a iniciativa de darmos largada a esse movimento, e não intensificamos as ações em função do longo tempo que faltava até a data das eleições, por isso ficou praticamente paralisado.
Não somos e nem fomos contra a audiência pública realizada na última sexta-feira, no auditório da Ordem dos Advogados do Brasil - OAB, contudo, entendemos que o caminho não é este. Há certos assuntos políticos que não devem ser tratados por políticos e sim pela sociedade organizada.
O movimento em busca de mais representantes e líderes políticos para Dourados deve ser realizado pela sociedade através dos representantes dos empresários, das classes de profissionais liberais, dos sindicatos dos trabalhadores, dos representantes de bairros etc. A classe política tem compromissos que impedem de se falar no merecido direito que Dourados tem de aumentar sua representatividade na Assembléia Legislativa e no Congresso Nacional.
A audiência pública realizada na última sexta-feira por um vereador que pretende se candidatar a cargo eletivo, não tem legitimidade, porquanto o próprio vereador tem partido e, com certeza, pedirá aos eleitores de Dourados e região votos para os seus correligionários que são de fora, nada fizeram por Dourados e estavam presentes no referido evento.
O erro se deu ao convocar políticos de outras regiões para participar da audiência. Sabemos que tipo de evento é aberto a todos, no entanto, tratava-se de discutir nossa política doméstica, na qual só interessa a nós. O que vieram fazer esses políticos de fora? Dizer que estamos corretos? Será que pediram, também para que não votemos neles?
Não queremos, também, ser melhor que ninguém, ou melhor que qualquer outra região. O que queremos é fazer parte do todo, ter a fatia a que temos direito.
Não se trata de discriminar quem quer que seja, se um dos candidatos a senador de um partido é ruim ou o do outro é melhor, e assim são tantos outros que só tem interesse no voto de nossos eleitores. Acredito que para nós, que queremos ampliar o número de nossos representantes políticos, é necessário fazermos uma campanha com o rumo diferente. Precisamos nos unir e pedir votos para nossa gente. Deixar todos aqueles que só aparecem por aqui em época de eleições.
A audiência pública, como prevíamos, não resolveu nada em relação à chapa com vice- governador de Dourados ou candidato ao Senado. Esses assuntos sempre foram e sempre serão tratados entre os partidos coligados que, ao formarem suas chapas, deverão saber o que Dourados e região representam no contexto eleitoral. Logo, o evento neste sentido, no qual compareceu candidatos de outras regiões, só pode trazer conotações de interesses políticos próprios e é por isso que fomos contrários a realização desse evento no nosso auditório. A ACED é apartidária e não poderia realizar um evento político partidário.
Ao contrário de que alguns pensam, não nos esquecemos daqueles que, mesmo sendo de outras regiões, sempre trabalharam e tiveram um grande carinho por Dourados. Dizer que a ACED esqueceu o senador Delcídio que viabilizou recursos junto a Brasil Telecom para a construção do auditório não é verdade. A ACED tem um grande respeito pelo senador e sempre se colocou à disposição dele, que tem trabalhado muito por Dourados e demais cidades da região.
Se a sociedade douradense realmente pretende alargar o número de seus representantes na Assembléia Legislativa e em Brasília, deve ela mesma começar um grande movimento com todos os segmentos apartidários. Iniciamos esse movimento que se encontra paralisado. Dirigimos os destinos da ACED até o final do mês de maio, esperamos que o próximo presidente retome essa campanha com as demais entidades representativas de classes.
Audiência pública para tratar de assuntos domésticos, ou seja, de nossos interesses, deve ter a presença e a participação de nossa gente, porque se não resolvermos nossa questões, não são os outros é que vão resolver. Enfim, é como se fosse uma briga de marido e mulher, na qual desinteressados não devem dar palpites e nem se intrometer. *Presidente da Associação Comercial e Empresarial de Dourados (ACED), diretor regional da FAEMS, membro do Conselho Pró-Dourados, contabilista e advogado. E-mail: [email protected]