Moradores correm contra o tempo para consertar estragos
João Rocha
Depois do vendaval que assolou a cidade de Dourados, na manhã de segunda-feira, muitas famílias aproveitaram o período de estiagem para reparar os danos nos imóveis.
De acordo com os dados da Defesa Civil, pelo menos 80 casas foram destelhadas, sendo que dez destas ofereciam riscos e os moradores, precisaram ser desalojados, até a conclusão das reformas.
A residência de dona Elizangela Cavanha foi uma delas. Toda a cobertura foi arrancada pelo forte vento, além de uma parede da casa e a área lateral. Ela conta que estava com o marido, os quatro filhos e um amigo no momento do vendaval.
“Protegi meus filhos debaixo da mesa e vi o telhado da casa voando. Perdi todo o telhado e agora minha família está ficando de favor na casa da minha mãe até que seja concluída a reforma”, conta a moradora.
O pedreiro Otoniel Batista, que é sobrinho de Elizangela, está ajudando na obra. Ele conta que a estrutura da casa foi abalada e precisará ser reforçada antes de receber a nova cobertura.
“Algumas paredes foram escoradas com pau para não cair. Teremos que fazer cintas de concreto ao redor da casa e por cima, para depois colocarmos o telhado”, declarou o pedreiro.
A Defesa Civil informou que o órgão está indo nos locais afetados para orientar as vítimas e oferecer ajudas paliativas, como doação de lonas, cobertores e colchões.
João Vicente Chencareck, que é diretor do órgão, afirma que ainda há risco de ocorrerem novos temporais na cidade.
“A população precisa estar em alerta. As pessoas devem evitar ficarem próximas de estruturas metálicas, árvores, princi-palmente nas regiões onde foram registradas as ocorrências de ventos fortes”, orienta.
O diretor do órgão acredita que o que ocorreu na manhã de segunda-feira em Dourados foi um princípio de tornado por conta das proporções dos estragos causados em edificações consideradas resistentes.
“Apesar dos órgão oficiais alegarem que os ventos que passaram pela cidade foram de 60 a 70 quilômetros por hora, os estragos causados e os inúmeros relatos de pessoas que viram um grande redemoinho destruindo tudo que tinha pela frente, reforçam essa tese de um princípio de tornado”, ressaltou João Vicente.
PREJUÍZOS
Praticamente todas as lojas de materiais de construção da cidade registraram aumento nas vendas principalmente de telhas, madeiras e tijolos.
Fabiano Deiss, gerente de uma das maiores lojas do ramo, conta que do final da tarde de segunda-feira até ontem o movimento tinha aumentado 50%.
“Apesar de estarmos no final do mês, muita gente veio à loja procurar vários tipos de materiais para reparar os danos causados pelo vendaval. O telefone não para de tocar”, ressaltou o gerente.