Com o segundo turno eleitoral brasileiro se aproximando do final, e sem muita opção para o que se ver no horário político obrigatório na televisão, sopesei a nivelação incivil que chegamos. Vendo na telinha rostos velhos do presente, criticando o regime ditatorial do passado, recordei de quando revolucionários os colocaram para correr, com seus semblantes novos. Acredito que alguns donos dessas faces, não mudaram muito. Porque continuam sedentos das mesmas mordomias do poder.
Parte desses políticos, anistiados, falando das agressividades do sistema combatido na clandestinidade, hoje ao invés de apresentarem propostas, fazem promessas imitando romeiros desesperados, esperando um milagre. O nosso digníssimo presidente da república, numa recaída de conduta, coloca-se diante da mídia, relembrando para eleitores sessentões, os seus tempos de torneiro mecânico grevista no abc paulista. Com a conhecida língua travada e cometendo os mesmos erros no português usado quando fala, virou assumidamente cabo eleitoral da ex-guerrilheira, fabricada no seu torno sucessório para ser presidente.
Demonstrando que para ser considerado um excelente presidente da república, basta ter bons assessores e não se envolver na malandragem de ministros do partido posicionista, sorri. Certamente, tem ares de estadista apreciador do puro produto nacional, o mesmo tão apreciado pelo falecido presidente Janio Quadros ao consumi-lo diariamente. Sua Excelência, na exaustiva campanha pela continuidade, elogiando o desempenho governamental, omite que foi seu antecessor tucano, o verdadeiro idealizador das conquistas para auxiliar brasileiros carentes, programa rebatizado no governo petista, de bolsa família. Desrespeitando leis desde os tempos de sindicalista desordeiro, esse atual comandante em chefe das forças armadas, manda a policia federal prender quem troca votos por cestas básicas. Todavia, as entrega com outro nome para os “sem terras” e aqueles sem receio de invadir propriedades rurais, liderados por criminosos que apóiam sua candidata.
Permitindo a anarquia, culpa as “desumanas” elites centenárias pelos problemas enfrentados. Apregoando a bagunça, estimula-a aos interessados em receber benesses governamentais sem trabalhar. Desse modo, o petista mantém um eleitorado manipulado pela ajuda alimentação, conseguida sem esforços. Comandando a máquina do governo federal, usa o “coronel” eletrônico disfarçado de pesquisador eleitoral, sabendo que o eleitorado brasileiro gosta de votar nos candidatos do para mais, que nos para menos. Assim, o barbudo vai garimpando votos daqueles que não gostam de “perder voto”.
Os governistas, dizem haver combatido a ditadura instalada em 1964, mas são bem relacionados com ditadores e ditaduras de outros países no ano 2010, lugares perigosos para amantes da liberdade e da democracia. Faltando poucas horas para o segundo turno destas eleições, vemos feministas querendo legalizar abortos, enquanto clérigos conservadores mostram-se absolutamente contra. Homossexuais, agitados, querem saber como ficará o apoio dos dois candidatos contra a homofobia, do Oiapoque ao extremo Chuí dos pampas gaúchos. Entretanto, isso não deveria ser assunto ou plataforma para debater-se em uma campanha presidencial de nação civilizada, com tantos outros problemas prementes. Dentre eles, a segurança pública, um dos deveres do estado.
Educação e saúde são planos que deveriam ser mais bem esclarecidos, para não repetirem-se neste país continental os acontecimentos recentes da nossa saúde douradense. Aqui, o prefeito foi para a cadeia. E quanto ao futuro presidente, se desviar verbas, será deposto? Dizia o falecido Ministro da Justiça Armando Falcão: o futuro a Deus pertence! Mas o voto livre, eu sei que pertence ao povo. Falo seguindo um norte questionativo, que nada tem a ver com o nordeste do atual presidente da república, curral eleitoral de gente manipulada pelos componentes das famílias de José Sarney, Fernando Collor e outros aliados da situação. Assim acontecendo, nós brasileiros, neste domingo vamos escolher nosso supremo mandatário...
*advogado criminalista, jornalista.