Após 40 anos, é um dos poucos estabelecimentos da cidade que preserva a mesma arquitetura
Após 40 anos, é um dos poucos estabelecimentos da cidade que preserva a mesma arquitetura
Marli Lange
DOURADOS – Um dos mais antigos empreendimentos instalados em Dourados, a Casa Ono preserva a arquitetura incluindo a mesma fachada desde a abertura do estabelecimento no ano de 1970.
O proprietário Kosuke Ono, que chegou no Brasil em 1953 vindo do Japão, se fixou em Dourados no começo dos anos 70. Foi nesta época que o concunhado Eisei Fujinaka transferiu o seu estabelecimento, conhecido como “Casa Ka-tayama”, instalada em 1953, para o controle de Kosuke Ono, que passou a se chamar “Casa Ono”.
Desde quando criado, o estabelecimento nunca mudou de lugar, bem como as instalações, que continuam as mesmas, desafiando o tempo. Mesmo com toda a modernidade e tecnologia batendo à porta, o “seu Ono”, como é conhecido, diz que não quer mudar em nada. “Sou teimoso mesmo, prefiro manter do jeito que foi criado”, completa ele.
Ele diz que perdeu muitos clientes por causa da forte concorrência ao longo de todos esses anos, mas que ainda man-tém uma clientela cativa, principalmente de sitiantes da região e da colônia japonesa que não dispensam os produtos que trazem o gosto do Japão.
Sim, porque é um dos poucos estabelecimentos de Dourados que oferece uma variedade de produtos para se preparar pratos da culinária japonesa. Além disso, é na Casa Ono que se encontram jornais e revistas editados no idioma Japonês.
Ono explica que o jornal Nikkey Shimbun, editado em São Paulo, traz uma variedade de notícias escritas só em japo-nês. Já as revistas vêm direto do Japão, de navio, trazendo informações variadas sobre o dia a dia, acontecimentos, atrati-vos para mulher, crianças, jovens, culinária, entre outros. “Muitos idosos da colônia japonesa preferem ler as revistas e jornais escritas em japonês”, explica.
Ono, diz que foi através da mercearia que conseguiu criar seus filhos, hoje casados e pais. Atualmente ele diz que não consegue sobreviver apenas com a renda do mercadinho, mas que vai mantê-lo do jeito que está, com as velhas pratelei-ras e balcões que trazem a lembrança dos anos que Dourados começava a despontar para o desenvolvimento. Para Ono, é uma maneira de resgatar um pouco da cidade dos anos que foram “Dourados”.