Deficientes perdem vagas no trânsito

Valéria Araújo

Deficientes físicos de Dourados estão sem opções de estacionamento no centro de Dourados. Isto porque a maioria das vagas exclusivas são ocupadas por veículos de condutores infratores. A comprovação deste fato é simples: não há nenhum tipo de adesivo ou símbolo que aponte que o carro está em uso de pessoas com necessidades especiais. Este selo é de uso exclusivo de deficientes físicos, que adquirem o material de forma gratuita no setor de trânsito da prefeitura de Dourados.

O sub-tenente da Guarda Municipal diz que ações vem coibindo este tipo de prática, mas apesar dos esforços ainda falta conscientização por parte dos motoristas. “Os abusos geram uma cadeia de problemas no trânsito. Tudo começa com as motocicletas, que ao invés de estacionar em local apropriado ocupam vagas de condutores de veículos. Com va-gas lotadas alguns condutores vão para as vagas exclusivas, calçadas e até mesmo os canteiros centrais. Isto porque mui-tos deles insistem em estacionar apenas em frente ao estabelecimento onde vão fazer seus negócios, quando poderiam deixar o carro uma ou duas quadras antes, onde há vagas disponíveis e regulares”, destaca.

Para coibir este tipo de imprudência, a GM vem atuando em conjunto com o setor de trânsito do município. “Quando um local está com pouca sinalização, nós pedimos a prefeitura, que prontamente atende o pedido. Além disso, fazemos a notificação para a retirada do veículo do local impróprio. Caso não haja resultado, o veículo pode até ser removido do local e o condutor multado”, alerta.

A penalidade, segundo a GM, é leve (R$ 53,20), com perda de 3 pontos na carteira e remoção do veículo. Na última sexta-feira, o Douradosagora flagrou em questão de minutos, dois veículos estacionados em vagas para deficientes. Um deles estava na Marcelino Pires, em frente a uma loja. O outro, segundo informações de usuários no trânsito permaneceu por mais de duas horas em uma vaga exclusiva na Avenida presidente Vargas. De acordo com a GM providências seriam tomadas em relação aos dois casos. Por dia são mais de 10 denúncias de ocupação irregular destas vagas na Guarda.

Polêmica

Na semana passada, um advogado cadeirante foi agredido por um delegado. O fato ocorreu em São José dos Campos (SP). A briga começou por causa de uma vaga para deficiente físico.

O advogado disse que, foi de carro a um Cartório. Ao procurar a vaga exclusiva, encontrou outro veículo estacionado. Ele encontrou um lugar, estacionou e, em seguida, seguiu até o Cartório. Quando se aproximou da entrada, viu um dele-gado que não é deficiente, caminhando até o veículo parado na vaga especial.

"Fui chamar sua atenção e disse que ele estava errado", contou. Ainda de acordo com o advogado, ambos começaram a trocar insultos e o policial o xingou de "aleijado filho da p...". O advogado cuspiu na direção do delegado. Em sua ver-são, o cuspe atingiu o vidro do carro. "Ele sacou uma arma e perguntou se eu queria morrer. No momento, não sabia que ele era policial", diz o advogado. O advogado ficou paraplégico aos 17 anos, após levar um tiro durante um assalto.