Em reunião realizada em janeiro, o plenário do Conselho Federal de Medicina definiu a composição da recém-criada câmara técnica de acupuntura.
O coordenador e o coordenador-adjunto da câmara serão, respectivamente, Carlos Vital, vice-presidente do Conselho, e o presidente do Colégio Médico Brasileiro de Acupuntura (CMBA), Dirceu de Lavôr Sales.
Também farão parte da câmara os médicos Augusto Kravchychyn, Fernando Genschow, Ivan Ferreira de Araújo, Hildebrando Sabato e Antonio Carlos Cirillo.
“O grupo desenvolverá ações de promoção do aprimoramento técnico e científico da acupuntura e propõe-se dirimir dúvidas relacionadas à especialidade. Os membros detêm reconhecido saber”, afirma Carlos Vital.
A acupuntura foi reconhecida como especialidade médica pelo Conselho Federal de Medicina em 1995. É uma área que registra rápido crescimento. Hoje existem aproximadamente dez mil médicos cadastrados no CMBA.
“A prática da acupuntura requer capacidade de identificação e condução de um caso clínico, e isso pressupõe formação médica.
Além do diagnóstico, o estabelecimento de metas e limites, bem como a avaliação de exames e de medicamentos em uso, são fundamentais no tratamento”, diz Dirceu de Lavôr Sales.
Médicos, cirurgiões-dentistas e médicos-veterinários são os únicos profissionais do país que, por lei, estão habilitados a diagnosticar doenças.
O CMBA defende que a prática da acupuntura seja realizada apenas por esses profissionais, em seus respectivos campos de atuação. “Como é possível tratar uma dor abdominal ou uma dor lombar, ou outros quadros clínicos, sem antes ter um diagnóstico?”, questiona Sales.
De acordo com o presidente do CMBA, para que se obtenha o efeito desejado, a agulha de acupuntura deve atravessar a pele, a gordura subcutânea e, nas fibras musculares, estimular terminações nervosas livres. “Não se trata de apenas colocar uma agulha na superfície da pele.
A falta de conhecimento adequado de anatomia e de neuroanatomia pode provocar danos”, afirma.
O mau uso da acupuntura pode levar, por exemplo, a lesões de nervos periféricos, pneumotórax, encefalite e óbito. Outras informações sobre acupuntura podem ser obtidas em www.cmba.org.br.(PORTAL MÉDICO 2010)