Quatro agências da ONU acabam de lançar a Parceria da ONU sobre Povos Indígenas (UNIPP), uma iniciativa que busca promover e proteger os direitos das populações indígenas, fortalecer suas instituições e suas habilidades de governança.
O lançamento se deu durante a 10ª sessão do Fórum Permanente das Nações Unidas sobre Questões Indígenas, aberto semana passada em Nova York (EUA).
A iniciativa concentra o conhecimento e a experiência da Organização lnternacional do Trabalho (OIT), do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), do Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).
Através da parceria, as agências da ONU pretendem implementar a Declaração da ONU sobre os Direitos dos Povos Indígenas, além de evitar o conflito em relação à ancestralidade da terra e ao uso de recursos naturais.
Ela vai tratar também de questões sociais, econômicas e políticas, através do trabalho conjunto com governos e organizações de povos indígenas.
O Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, parabenizou a iniciativa e pediu apoio de todos os países para sua implementação.
Ele lembrou que as populações indígenas sofreram durante muitos anos com a opressão, e continuam perdendo terras, seus idiomas e recursos.
“Ao ajudar os povos indígenas a recuperarem seus direitos, estaremos protegendo também nosso ambiente comum, para benefício de todos.”
Ainda durante o Fórum, delegados alertaram nesta segunda-feira (23/05) que as comunidades indígenas quase nunca são consultadas sobre decisões em relação ao uso e à gestão dos recursos hídricos, apesar do acesso a estes ser vital para sua cultura e resiliência.
“As vozes indígenas clamam para ter seus direitos reconhecidos não só em relação à gestão, mas também em relação à posse e à governança da água”, declarou a neozelandesa Valmaine Toki, membro do Fórum.
A afirmação foi reiterada pela nativa americana, Tia Oros Peters, que falou sobre o mundo estar se tornando “seco e árido” como resultado do uso insustentável da água pela humanidade.
Ela lembrou que limitar o acesso dos indígenas às fontes de água é acabar com parte de sua história e com sua cultura, regida por uma filosofia estritamente relacionada à água.(onu.org.br)