Novos ‘points’ geram reclamações

Moradores criticam algazarras que se formam nas imediações de comércios que vendem bebidas

Flávio Verão

As lojas de conveniência se tornaram um ponto de encontro para jovens durante a madrugada. Ambiente agradável e cheio de variedade é o segredo para atrair os consumidores no horário em que quase tudo está fechado. Uma combinação que é boa para quem acha que ainda está cedo para ir para casa e ótima para quem enxergou na conveniência a oportunidade de fazer novos negócios. No entanto, esses locais têm se transformado em um grande vilão para os moradores. A perturbação ao sossego vem aumentado em Dourados, consequência de uma cidade universitária, que atrai jovens de todos os lugares do país.

Ao andar pelo centro de Dourados no período da noite é fácil encontrar aglomerações ao redor de bares, conveniências e postos de combustíveis. Muitos jovens ligam o som do carro em alto volume e transformam a rua em uma verdadeira boate. Como tornou-se comum as conveniências de Dourados se transformarem em ponto de encontro, quando uma delas tenta se instalar na cidade a reclamação já é antecipada.

Moradores do entorno da Avenida Joaquim Teixeira Alves com a Firmino Vieira de Matos, centro de Dourados, estão preocupados com a inauguração de uma conveniência. Eles temem que o local se transforme em novo “point”. Há quatro quadras dali, na própria Avenida Joaquim, há um estabelecimento do mesmo ramo. O local é antigo e a partir do final da tarde recebe grande quantidade de jovens. Chegam de carros e motos, compram bebidas e ficam até altas horas da noite, atravessando, às vezes, a madrugada. As consequências não param por aí. Jogam garrafas no chão e urinam na porta de residências, contam os moradores.

O principal motivo para jovens frequentarem lojas de conveniência é que os locais são vistos como um espaço de entretenimento, além de ter a opção de consumo. Este fenômeno não é local, tem sido observado em várias cidades de todo o país. Em Dourados é comum devido a ausência de locais para entretenimento.

O secretário municipal de planejamento de Dourados, Antônio Nogueira, diz que a prefeitura não pode negar alvará a estabelecimentos que queiram se instalar na área central, especificamente no caso de conveniências. O fato de que esses locais possam a se tornar ponto de encontro é uma outra questão, informa o secretário. Se enquadra no Código de Postura do município. “Os moradores que se sentirem prejudicados com qualquer tipo de estabelecimento pode fazer denúncia”, diz o secretário.

No caso de bares e conveniências, segundo ele, a proposta desses estabelecimentos é somente a de vender seus produtos, não de reunir pessoas ao seu redor. “Se houver aglomerações esses locais serão penalizados”, informou, enfatizando que o Código de Postura existe para fiscalizar e aplicar medidas administrativas aos locais que não se enquadram na lei. Punição

Em Campo Grande a Câmara Municipal votou lei que proíbe o consumo de bebidas alcoólicas com algazarra em frente a conveniências e postos de combustíveis. É o fim da baderna.

A lei pretende coibir aglomeração de pessoas consumindo bebidas e promovendo “festas” em frente a estabelecimentos comerciais, multando os participantes em valores que variam de R$ 200 a R$ 1 mil, podendo ser convertidas em serviços comunitários. A aprovação ocorreu após aprovada modificação no artigo 2°, que resguarda os donos dos estabelecimentos que fizerem a denúncia.