20/01/2012 14h13 - Atualizado em 20/01/2012 14h13
Estudo da Organização Mundial da Saúde indica que mulheres tornam-se mais vulneráveis quando dão à luz ainda adolescentes; organização lança seis recomendações para prevenir gravidez precoce e problemas reprodutivos.
A Organização Mundial da Saúde, OMS, debruçou-se sobre a saúde reprodutiva e riscos que gravidezes em adolescentes representam para a saúde pública.
Num relatório apresentado pelo secretariado da organização, em Genebra, a OMS indicou que em 2008 ocorreram 16 milhões de nascimentos de mães entre os 15 e os 19 anos. Quase todos em países de médio ou baixo rendimento.
Enquanto nos países asiáticos, por exemplo, a média indica que cinco em cada mil nascimentos são de mães adolescentes, em África os números apontam 121 em cada mil nascimentos.
As gravidezes e nascimentos de adolescentes entre os 10 e os 14 anos são raros, e é na África Sub-Sahariana que se registam muitos casos. Mulheres que dão á luz antes dos 15 anos chegaram a atingir os 12 por cento dos nascimentos totais em determinados países da região.
A OMS recorda que a maior parte das pessoas inicia a atividade sexual entre os 15 e os 19 anos, sendo os rapazes os mais precoces.
No entanto, nos países de baixo rendimento, a atividade sexual das adolescentes está, com frequência, associada a casamentos precoces ou é resultado de coersões por parte de homens mais velhos.
Os dados estatísticos indicam que 60 milhões de mulheres, hoje em dia, entre os 20 e os 24 anos, casaram-se antes dos 18 anos.
O continente africano lidera, assim como é número um na lista dos países que recorrem menos ao uso de preservativos.
Consequências
A falta de acesso à educação ou à informação, desconhecimento sobre doenças como HIV/Sida, ausência de métodos contraceptivos ou do uso de preservativos e ainda as gravidezes em adolescentes ou idades mais precoces são fatores que contribuem para complicações nas gravidezes e durante o parto, e que podem levar à mortalidade da mãe e do bebé.
Gravidezes não acompanhadas em mulheres com menos de 20 anos, oriundas de países de rendimentos baixos, têm até 50 por cento de possibilidade de gerar nados-mortos, bebés mortos na primeira semana ou primeiro mês de vida.
(1). Reduzir os casamentos com jovens de menos de 18 anos.
(2). Reduzir as gravidezes antes dos 20 anos.
(3). Aumentar o uso de métodos contraceptivos.
(4). Reduzir relações sexuais fruto de coersão.
(5). Reduzir abortos inseguros.
(6). Aumentar a assistência prénatal, durante o parto e pósparto.
Estas recomendações, ainda de acordo com a OMS, necessitam do apoio dos líderes políticos e das comunidades, assim como das famílias e homens e rapazes sexualmente ativos.(Rádio ONU em Nova Iorque)