17/02/2012 18h32 - Atualizado em 17/02/2012 18h32
Vereador não esconde frustração com manobras dentro do seu partido, o PMDB
Willams Araújo
O presidente da Câmara de Vereadores de Campo Grande, Paulo Siufi (PMDB), deve anunciar nos próximos dias a retirada de sua pré-candidatura à Prefeitura de Campo Grande.
Siufi se diz irritado com as manobras para as grandes lideranças do PMDB abraçarem o nome do deputado federal Edson Giroto, candidato preferido do governador André Puccinelli.
A tribuna da Assembleia Legislativa foi transformada em palanque dos aliados de Giroto na sessão de quinta-feira.
Ele se queixa que todos fazem discurso em defesa da pré-candidatura de Giroto e ninguém lembra da sua e muito menos da do deputado federal Luiz Henrique Mandetta (DEM), outro nome da base aliada colocado para ser avaliado por meio de pesquisas. Na sessão de quinta-feira da Câmara, Siufi não escondeu a sua frustração com as manobras dentro do PMDB em favor de Giroto.
Ele acha que a cúpula do partido deveria avisar logo quem é o preferido para disputar a sucessão do prefeito Nelsinho Trad (PMDB) para não ficar neste impasse.
"Eu saio na rua e todos me dizem que o candidato preferido do governador é o Giroto, se for isso para que eu vá me colocar como pré-candidato? Eu não sou bobo nem nada", declarou.
Para analistas, apesar do jogo de cena, o vereador sabe mais do que ninguém que o PMDB tem um nome com "carta-marcada" para concorrer às eleições municipais de outubro. Não foi à toa que Giroto deixou o PR para retornar aos quadros peemedebistas com a promessa de ter seu nome avalizado para postular o cargo.
Além do mais, antes de Siufi disparar contra os correligionários, outros dois pré-candidatos recuaram e jogaram a tolha, ou seja, desistiram de participar das pesquisas qualitativas e quantitativas, critério adotado pela cúpula do PMDB para indicar seu representante no pleito, como foram os casos do vice-prefeito Edil Albuquerque e do secretário estadual de Habitação, Carlos Marun.
Na avaliação de muitos, resta a Siufi trabalhar em favor de sua reeleição, uma vez que, além de não ter a preferência dentro do próprio partido, dispõe de pouca popularidade para vislumbrar substituir Nelsinho Trad a partir de janeiro de 2013.
Com atuação acanhada à frente do comando da Câmara, Siufi também está queimado dentro do próprio Legislativo pelo fato de a Casa está sendo ameaçada de despejo por falta de pagamento de aluguel.