20/04/2012 09h01 - Atualizado em 20/04/2012 09h01
Papel dos pais em casa é fundamental para estimular a leitura, a escrita e a oralidade dos filhos
Flávio Verão
O interesse da criança pela leitura surge naturalmente quando ela vê que os pais também se interessam por livros. No Dia Nacional do Livro Infantil, comemorado na quarta-feira, várias escolas de Dourados realizaram atividades com os alunos. Como a educação começa no ambiente familiar, a curiosidade que o filho pode ter em relação aos livros dos pais é o primeiro passo ao estímulo da leitura.
“A criança estimulada à leitura em casa tem um ganho superior. Ela consegue ter mais facilidade na escrita, na leitura e até na oralidade”, diz a professora de Língua Portuguesa Eliane de Fátima Triches, coordenadora da Escola Bernardina Corrêa de Almeida.
Em comemoração ao Dia Nacional do Livro Infantil, a escola convidou a escritora Ruth Hellmann, autora de inúmeros livros de Literatura infanto juvenil. Foi uma forma de aproximar os alunos da escritora. Estudantes das séries iniciais tiveram a oportunidade de conversar com a autora e ouvir diferentes tipos de contos.
Com a competição da TV e do computador, o acesso ao livro tem se tornado um desafio para as escolas. O estímulo existe, mas quando o aluno não tem em casa o incentivo dos pais o processo de aprendizado se torna diferenciado.
Ruth Hellmann diz que o melhor lugar para incentivar a criança à leitura é em casa. “Os pais podem ler para os filhos, nem que seja 5 minutos por dia. Não necessariamente um livro novo a cada leitura, mesmo porque elas gostam que repitam a história que mais gostam”, disse a escritora, reforçando que livros, revistas devem estar ao alcance das crianças.
O livro de pano é uma das saídas encontradas para lidar com crianças pequenas. Somente com ilustrações, os pais podem soltar a imaginação na hora da contação da história. A própria criança, ainda que não saiba ler, faz uma leitura do livro ao manuseá-lo, chamado de leitura visual. Ruth é autora de livros de pano e garante que são essenciais para a contação de histórias.
“Ainda no ventre materno é interessante a mãe contar histórias para o filho, processo que deve ser acompanhado após o nascimento, como forma de estímulo”, disse.
Num país em que a população não tem hábito de leitura, o estímulo em casa é fundamental para o processo de aprendizado e é claro que a escola também deve fazer a sua parte.
Na Bernardina, por exemplo, o projeto “Aluno Feliz, Aluno Escritor” acontece toda a semana. Os estudantes levam os livros para a casa e em sala de aula fazem a contação de história com os demais colegas. Os alunos também visitam a Biblioteca e a Academia Douradense de Letras. Recebem, ainda, contadores de histórias do Serviço Social da Indústria (Sesi).
A participação de autores na escola é a mais nova atração do projeto. Ruth Hellmann foi a primeira escritora a participar neste ano. Foi um sucesso e os alunos chegaram a pedir autógrafos. “Eu gostei muito do livro “Elefantes Elegantes”, disse a estudante Raquel Martins Vieira, da 4ª série. A obra é de Ruth. “Falar com quem escreveu o livro é muito bom, a gente aprende mais”, definiu a aluna.