28/04/2012 07h08 - Atualizado em 28/04/2012 07h08
De janeiro a março deste ano, a Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180) efetuou 201.569 atendimentos.
Desse total, 24.775 foram relatos de violência, sendo que agressão física é a mais frequente, com 14.296 atendimentos (58%). Dos casos de violência física, 7 mil (53%) se referem a riscos de morte.
O relatório trimestral do Ligue 180 foi apresentado pela Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR) na última quinta-feira (26), em reunião da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Violência contra a Mulher no Brasil, no Senado Federal.
“Os dados do Ligue 180 nos trazem a dimensão da urgência com que a violência contra as mulheres deve ser enfrentada.
É preciso garantir que as vidas das mulheres sejam salvas. Para isso, o fim da impunidade é uma tarefa a ser incorporada no dia a dia pelo poder público e pela sociedade brasileira”, afirma a ministra da SPM, Eleonora Menicucci.
Dos cinco tipos de violência enquadrados na Lei Maria da Penha (física, sexual, psicológica, moral e patrimonial), a mais frequente é a física, que vai desde a lesão corporal leve ao assassinato.
Dentre as demais violências punidas pela Lei Maria da Penha, os atendimentos apontam: psicológica em 3.305 (13%) dos registros, moral em 2.973 (12%), sexual em 460 (2%) e patrimonial em 425 (2%).
O agressor continua sendo companheiro e cônjuge da vítima, conforme percebido em 12.970 (69,7%) dos registros, seguido por ex-maridos com 2.451 (13,2%).
Dentre os 24.775 relatos de violência, excluindo-se 11.245 casos não informados, em 8.915 (65,9%) dos casos, filhas e filhos presenciaram as agressões cometidas contra suas mães. Em 2.580 (24,5%) dos registros, eles sofreram violência junto com suas mães.
Dos 101.413 encaminhamentos feitos pelo Ligue 180 para os serviços públicos nos três primeiros meses deste ano, 52.788 foram para a segurança pública: 60% direcionados para o serviço 190, da Polícia Militar; e 23% para as delegacias especializadas de atendimento à mulher (DEAM).
Outro destaque dos dados do Ligue 180 é o tempo de relação da mulher em situação de violência com o agressor.
Dos registros informados neste primeiro trimestre, em 7.761 (42,6%) dos casos, o agressor tinha dez anos ou mais de relacionamento com a vítima, em 3.422 (18,8%) entre cinco e dez anos de relação afetiva e em 1.875 (10,3%) entre um e dois anos de relacionamento.
Desde a sua criação em 2005, o Ligue 180 já soma 2.527.493 atendimentos. De 2006 a 2012, foram registrados 603.906 relatos de violência tipificados de acordo com a Lei Maria da Penha: física 182.857 (30%), psicológica 76.620 (12,8%), moral 32.168 (5,4%), sexual 5.899 (1%) e patrimonial 4.920 (0,8%).
Nesses cinco anos e meio de vigência da Lei Maria da Penha, o risco de morte foi verificado em 92.684 (52%) dos atendimentos informados, e de espaçamentos em 77.954 (44%).
Entre os 248.843 registros feitos pelo Ligue 180, o agressor era cônjuge ou companheiro da vítima em 153.078 (61,5%) dos casos; ex-marido, em 18.805 (7,5%); ou namorado em 5.621 (2,2%).
Das 131.047 informações coletadas acerca do tempo de relacionamento entre a vítima e o agressor, a relação estava estabelecida entre dez anos ou mais em 48.894 (37,3%) dos casos; entre cinco e dez anos em 27.483 (21%); entre um e dois anos em 15.732 (12%); e entre dois e três anos em 12.470 (9,5%) das situações.
Em relações de até seis meses, a violência foi estabelecida em 5.530 (4,2%) dos casos.
A frequência da violência foi registrada em 228.180 atendimentos, sendo diária em 141.585 (62%) dos relatos, e semanal em 44.987 (19,7%) das situações que chegaram ao Ligue 180.
Nos últimos 27 meses (janeiro de 2010 a março de 2012), o Ligue 180 tem registrado a relação de filhas e filhos com a agressão.
Verificou-se que nos 106.889 relatos de violência, 71.130 (66,5%) foram presenciadas por filhas e filhos. E em 19.418 (18,2%) das situações, elas e eles foram agredidos junto com suas mães.
Em novembro de 2011, o Ligue 180 expandiu sua cobertura para Espanha, Itália e Portugal.
Nesses quatro meses, o serviço registrou 70 ligações de brasileiras no exterior, tendo efetuado 18 atendimentos.(Secretaria de Política para Mulheres)