10/05/2012 15h11 - Atualizado em 10/05/2012 15h11
Os benefícios para a mãe e para o bebê fazem do estímulo à amamentação uma comprovada política de nutrição e promoção da saúde.
A política de aleitamento do Brasil gerou a Rede Brasileira de Bancos de Leite, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Ela desenvolve um trabalho cujo objetivo é distribuir leite materno para os bebês internados em UTIs neonatais.
A rede brasileira é a maior e mais desenvolvida, com 206 bancos de leite espalhados pelo mundo e com uma cooperação internacional que exportou tecnologia para toda a América Latina, além de Península Ibérica e África.
O coordenador de Saúde da Criança e Aleitamento Materno, Paulo Bonilha, destaca que o Brasil é um dos países que tem a política de aleitamento materno mais completa do mundo.
“Desde os anos de 1970 o país vem construindo uma política com forte ação da sociedade civil”.
Outra iniciativa do governo brasileiro para estimular o aleitamento é a participação na iniciativa internacional Hospital Amigo da Criança.
Com isso, o país se compromete a cumprir dez passos de apoio ao aleitamento materno.
O Ministério da Saúde também desenvolve um trabalho com as mães trabalhadoras que amamentam.
Além da campanha para que as empresas do Brasil façam a adesão à licença maternidade de seis meses (que pode ser abatido do imposto de renda). Graças a essas ações o Brasil tem aumentado a taxa de aleitamento exclusivo em 1,7% ao ano.
Bonilha lembra a importância de incentivar o apoio ao aleitamento materno: “Cada vez mais saem trabalhos mostrando que bebês amamentados ao peito são mais saudáveis, tem menos alergias e são até mais inteligentes.
É muito importante a mãe se esforçar e todos apoiarem às mulheres a amamentarem os bebês de forma exclusiva até os seis primeiros meses de vida”.
Nos últimos anos, a amamentação tem crescido significativamente no Brasil. Nas capitais brasileiras e no Distrito Federal, o tempo médio de aleitamento materno aumentou um mês e meio de 1999 a 2008, segundo a última pesquisa do Ministério da Saúde divulgada sobre o assunto, em 2009. Passou de 296 dias, em 1999, para 342 dias, em 2008.
No conjunto das capitais brasileiras, a média de crianças menores de seis meses de idade em aleitamento materno exclusivo foi de 41%.
Também foi constatada com a pesquisa que a duração média do aleitamento materno exclusivo aumentou um mês – passando de 23,4 dias para 54,1 dias.
O Brasil, no entanto, apesar dos avanços nos números da amamentação está ainda aquém do patamar considerado muito bom pela OMS, que é de 90% a 100% das crianças menores de seis meses em aleitamento materno exclusivo.
Por isso o Ministério da Saúde desenvolve uma série de ações conjuntas, em parceria com os estados e municípios, com o objetivo de aumentar essas taxas e reduzir, consequentemente, a mortalidade de crianças no Brasil.
Os resultados das políticas públicas em favor do aleitamento materno no Brasil ocupam lugar de destaque no cenário internacional.
Para isso, o Ministério da Saúde tem implementado campanhas e estratégias para incentivar a doação de leite para os Bancos de Leite Humanos.
Exemplos como o da empresária Angélica Brunacci devem ser seguidos. Ao dar a luz à primeira filha, Angélica buscou o banco de leite para mais informações sobre como amamentar melhor.
Como produzia leite além do necessário para alimentar a criança, ela foi instruída a doar.
“Doar leite não te requer muito esforço porque você já está na função de produzir leite. É só um tempinho a mais que você usa para tirar o leite e colocar em um potinho”.
E por causa de uma doação de leite que o filho da revisora de textos, Raquel Guimarães, conseguiu se desenvolver forte e saudável.
Artur nasceu prematuro e tinha sido diagnosticado com uma má formação no sistema digestivo.
Raquel também não produzia leite suficiente para amamentá-lo e por isso precisou da ajuda do Banco de leite para alimentar o pequeno.
“O leite doado foi um dos principais fatores para que ele sobrevivesse. Ele nasceu prematuro, teve que passar por uma cirurgia reparadora e se não fosse a doação das mães ao banco de leite o meu filho poderia não estar tão saudável e bonito como hoje”.
Para doar basta entrar em contato com contato com o banco de leite mais próximo. O líquido deve ser armazenado em uma embalagem de vidro, com tampa de plástico, e o vidro tem que ser fervido antes.
Ao chegar ao banco o leite é pasteurizado, excluindo todos os tipos de vírus, inclusive hepatite B e HIV.
A mulher deve tomar alguns cuidados para que esse ato não gere dor e desconforto. As principais queixas são: bico do seio rachado e sensível, o que causa inflamações e dificulta o aleitamento.
A mãe pode ficar deitada, sentada ou em pé. O importante é que ela e o bebê estejam confortáveis.
O corpo do filho deve estar inteiramente de frente, ou seja, a barriga voltada para o corpo da mãe, com a cabeça e a coluna em linha reta, no mesmo eixo. A boca fica reta para o bico do peito. A mulher apoia com o braço e mão o corpo e o “bumbum” do bebê.
O momento requer calma, para não apressar o bebê. Quando o peito estiver muito cheio, antes de amamentar, a mãe deve fazer uma ordenha manual para amaciar a aréola.
Com os dedos indicador e polegar, espremem-se as regiões acima e abaixo do limite da aréola para retirar algumas gotas de leite e amaciar o bico.
Uma boa dica é encostar o bico do peito na boca do bebê, para ele virar a cabeça, o chamado reflexo da busca. Ele sozinho sabe como fazer isto. O filho é levado ao peito e não o contrário.
Outra importante sugestão é segurar o peito com o polegar acima da aréola e o indicador e a palma da mão abaixo.
Isto facilita a “pega” adequada. O bebê abocanhando a maior parte da aréola suga mais leite e evita rachaduras. A mãe deve ouvir o ritmo cadenciado de sucção, deglutição e pausa.
A amamentação é um ato de amor que beneficia tanto a criança quanto a mãe. Além de favorecer um contato mais íntimo entre os dois, ao sugar o leite, materno o recém nascido exercita a face contribuindo para o desenvolvimento da fala, de dentes bonitos e de uma boa respiração.
Para a mãe, o aleitamento materno contribui na redução mais rápida de peso e diminuir o risco de aparecimento do câncer de mama e ovário.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que a amamentação seja feita até os dois anos de idade e que durante os seis primeiros meses de vida este deve ser a única alimentação do bebê.(Blog da Saúde)