11/05/2012 06h04 - Atualizado em 11/05/2012 06h04
Logística reversa poderia ser uma saída, mas números imprecisos sobre quantidade gerada a cada ano dificultam implantação do sistema.
O descarte de medicamentos vencidos continua sendo feito de forma inadequada no país.
A deficiência, que impõe riscos ao meio ambiente e à saúde pública, foi reconhecida em debate realizada ontem pela Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA).
De acordo com o diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) Jaime Oliveira, não há números precisos sobre o volume de medicamentos que perdem a validade anualmente no país, mas estima-se que pode chegar a 34 mil toneladas.
Corrigir essa imprecisão é fundamental, segundo ele, para dimensionar os custos da chamada logística reversa.
Esse sistema delega ao consumidor a tarefa de levar os materiais inservíveis a pontos específicos de coleta para, a partir daí, comerciantes, distribuidores, fabricantes e importadores providenciarem seu descarte seguro.
A Lei 12.305/10, que regulou a Política Nacional de Resíduos Sólidos, não incluiu os remédios entre os produtos submetidos à logística reversa. Apesar disso, governo, indústria, atacadistas e varejistas buscam uma solução.
A expectativa é de que um acordo setorial seja fechado até o início de 2013.
Paralelamente, vêm ocorrendo experiências esparsas de recolhimento e destinação final de remédios vencidos, concentradas nas regiões Sul e Sudeste.
Segundo o presidente executivo da Associação Brasileira de Redes de Farmácia e Drogarias (Abrafarma), Sérgio Mena Barreto, três desafios se impõem à estruturação da logística reversa para o setor: o alto custo do sistema, as dimensões continentais do país e o conflito sobre a responsabilidade da destinação final.
Já vimos farmácia enterrando medicamento vencido na beira de um rio em São Paulo — disse.(Jornal do Senado)