22/05/2012 12h37 - Atualizado em 22/05/2012 12h37
EM NOVE ANOS, FATURAMENTO DOS PLANOS DE SAÚDE CRESCEU TRÊS VEZES MAIS QUE VALOR MÉDIO DA CONSULTA MÉDICA.
Se o reajuste dos honorários médicos tivesse acompanhado o crescimento econômico do setor a consulta médica valeria hoje R$ 83,40 em média.
Segundo levantamento do Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo), em nove anos (de 2003 a 2011) os planos médico-hospitalares tiveram 197,8% de crescimento no faturamento em todo o país.
A receita anual deste mercado passou de R$ 28 bilhões para R$ 83,4 bilhões no período.
O valor médio da consulta médica, no mesmo período, subiu apenas 64,7%. Isso, na média de valores apurada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), segundo dados fornecidos pelas próprias operadoras.
A média de R$ 46,12 para a consulta médica em 2011 ficou muito abaixo – pouco além da metade – do mínimo de R$ 80,00 reivindicado pelas entidades médicas.
Caso tivesse sido aplicado o índice de reajuste dos honorários médicos correspondente ao crescimento econômico do setor, o valor médio da consulta chegaria hoje a R$ 83,40.
Em 2012 as entidades médicas têm registros de planos que ainda pagam menos de R$ 30,00 a consulta.
Cerca de 160 mil médicos que atuam na saúde suplementar no Brasil realizam, por ano, aproximadamente 223 milhões de consultas.
Cada usuário de plano de saúde vai à consulta médica em média 5 vezes por ano. Em 2011, 47,6 milhões de brasileiros estavam conveniados a planos de saúde.
Para o presidente do Cremesp, Renato Azevedo Júnior, “a discrepância demonstra o quanto é inadiável e urgente a edição de uma nova instrução normativa da ANS para regulamentar os contratos entre médicos e planos de saúde.
Além da correção da defasagem, daqui em diante os honorários precisam ser reajustados no mínimo anualmente, com índices que reflitam inclusive o crescimento robusto do setor.”
No dia 25 de abril ocorreu nova mobilização dos médicos que atuam na saúde suplementar.
Além de passeatas e atos públicos em vários Estados, as lideranças médicas entregaram à ANS propostas para normatizar a contratação dos profissionais pelas operadoras.
Além de reajustes anuais dos valores pagos, foram solicitados parâmetros para fixação de honorários e para o credenciamento/descredenciamento dos médicos pelos planos de saúde.(Cremesp)