30/01/2013 09h51 - Atualizado em 30/01/2013 09h51
Servidores aderiram ao movimento nacional que acontece em 17 Estados
Renan Nucci
Agentes penitenciários de Mato Grosso do Sul aderiram à paralisação nacional da categoria que reivindica melhores condições de trabalho. A ação teve início às 7h30 desta quarta-feira e deve durar o dia todo. Em Dourados, cerca de 80% dos agentes participam do manifesto que atinge a Penitenciária Harry Amorim Costa (Phac) e o Estabelecimento Penal de Regime Semiaberto Masculino.
Serviços de atendimento ao público como visitas, recepção de advogados e outros profissionais, assim como escolta e transferência de presos estão interrompidos. Apenas atividades essenciais são realizadas, segundo Agripino Bogarin Benites, delegado regional do Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária do Estado de Mato Grosso do Sul (Sinsap/MS) na região da Grande Dourados.
Benites explica que a classe exige o reconhecimento da função de Polícia Penal, bem como o direito de porte de arma. “Nossa atividade é de risco, vivemos sob constantes ameaças e muita pressão. Recentemente a presidente Dilma Roussef vetou o direito dos agentes utilizarem arma de fogo fora do do trabalho; é isso que queremos mudar. Precisamos cuidar de nossa segurança pessoal”, disse.
Ele conta que devido ao ambiente hostil em que atuam, muitos agentes acabam se afastando do trabalho por problemas de saúde. “A situação é crítica, somente no Semiaberto existem dez agentes que fazem tratamento psiquiátrico porque não suportam a pressão, nem o risco. Eles temem pelas suas vidas e de seus familiares. Alguns foram reféns e outros seriamente ameaçados em rebeliões”, destacou.
Agripino continua: “Como vamos trabalhar direito se estamos desarmados? Como poderemos tomar alguma medida contra um detento, sabendo que ele pode querer se vingar a qualquer momento? Ainda mais no Semiaberto, que eles ficam pela rua”, questionou. No Mato Grosso do Sul um servidor foi morto em 2011, em São Paulo, 18 morreram em 2012, por isso, eles querem mais segurança.
No dia 22 de fevereiro, representantes da classe que atuam nos 17 Estados brasileiros que paralisaram suas atividades nesta quarta-feira, devem se reunir em assembleia geral que acontece em Brasilia-DF, para definir os rumos da ações e tentar um acordo com o governo. Em Dourados, aproximadamente 80 servidores trabalham na Phac, e cerca de 30 estão no Semiaberto.