10/04/2013 08h48 - Atualizado em 10/04/2013 08h48
Esquema foi desmontado nesta terça-feira pelo Gaeco, com apoio da PRF
Renan Nucci
O promotor Marcos Alex Vera de Oliveira, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), apontou envolvimento de douradenses na “Máfia das CNH’s”, esquema desmantelado nesta terça-feira por meio da “Operação Risco Duplo". Durante entrevista ao programa Bom Dia MS, que foi ao ar na manhã desta quarta-feira pela TV Morena, o promotor deu novas informações à respeito dos trabalhos do Ministério Público de Mato Grosso do Sul(MPE/MS) no caso.
Ao longo da ação que também contou com a presença da Polícia Rodoviária Federal (PRF), seis pessoas foram presas acusadas de venderem carteiras de habilitação sem a necessidade de exames teóricos e práticos. Os preços variavam entre R$ 1.500 e R$ 3.000; o grupo também oferecia por R$ 400, o certificado do curso de transporte de materiais perigosos. Segundo Oliveira, os compradores responderão criminalmente. “Pelo menos 50 pessoas que compraram foram identificadas, e todas são investigadas por uso de documento falso e falsidade ideológica”, disse.
O Gaeco cumpriu mandados de prisão e de busca e apreensão em Anastácio, Aquidauana, Nioaque, Sidrolândia, Jateí e Cuiabá (MT), entretanto, mais cidades estão envolvidas. “Verificamos que moradores de Campo Grande, Dourados, Bonito e de municípios próximos a Fátima do Sul, além do interior de São Paulo, estiveram em contato com os criminosos, a fim de participar da trama”, explicou.
Ainda de acordo com o promotor, a demanda pelas CNH’s falsas era grande. “Conforme os dados apurados, os compradores geralmente eram pessoas com idade entre 30 e 50 anos, com baixa escolaridade e residentes em zonas rurais. Eles queriam fugir dos exames, principalmente do teórico”, afirmou. Nas próximas semanas, os investigadores partem para oitivas junto aos “clientes” da quadrilha.
“Vamos visitar todas as cidades do interior do Estado para apreender as carteiras vendidas e ouvir os participantes do esquema. O objetivo é repreender os criminosos e prevenir situações mais complicadas, pois os compradores das habilitações obviamente estão inaptos a dirigir, e oferecem risco aos cidadãos de bem que trafegam pelas cidades e rodovias”, afirmou Oliveira. Funcionários do Departamento Estadual de Trânsito (Detran/MS) também estão sob observação do Gaeco.