Dourados
14/06/2013 08h24 - Atualizado em 14/06/2013 08h24
Delegado descarta que crime tenha sido motivado por conflitos agrários
Renan Nucci
A Polícia Civil investiga um funcionário da fazenda onde o indígena Celso Figueiredo, de 34 anos, foi morto nesta quarta-feira, em Paranhos. Sob trabalhos orientados pelo delegado Rinaldo Moreira, os policiais encontraram na casa do suspeito que tem 35 anos, uma espingarda de calibre semelhante ao da utilizada no assassinato do kaiowá membro da aldeia Paraguassu.
O indivíduo foi detido acusado de posse ilegal de arma de fogo. Junto a ele os policiais também recolheram oito cartuchos, sendo que um deles estava municiado na arma, uma blusa de capuz da mesma cor relatada pela testemunha, assim como um capacete semelhante ao que o autor utilizava na hora do assassinato.
Na blusa há vestígios de sangue que segundo o funcionário da fazenda, são respingos da matança de carneiros. Diante das fortes evidências, Rinaldo optou por não arbitrar fiança. O delegado segue com sua afirmação de que a morte não foi motivada por conflito agrário ou desavenças por causa de demarcações de terra.
O CRIME
Na madrugada de quarta-feira, a vítima e o pai seguiam por uma estrada vicinal rumo a fazenda que fica perto da aldeia, quando foram abordados por um homem encapuzado que portava uma espingarda. O desconhecido atirou duas vezes contra Celso, fugindo em seguida. O pai tentou pedir ajuda, mas quando retornou ao local o filho já estava morto. Celso era ex-funcionário da fazenda e segundo o pai, iria buscar dinheiro referente a um pagamento.
Nesta quinta-feira a equipe de reportagem do Dourados Agora esteve no local para acompanhar o caso. A comunidade indígena está revoltada com o crime que eles consideram que se deu em uma emboscada. Os moradores da Paraguassu, aproximadamente 600 pessoas, ainda afirmaram que como forma de protesto, vão invadir o local e enterrar o corpo do homem dentro da propriedade rural.
