27/11/2013 10h03 - Atualizado em 27/11/2013 10h03
Veterinário alerta para cuidado com cães, que são repositários do protozoário inoculado pelo mosquito Flebótomo que pica pessoas e animais e inicia seguidos ciclos de infestação
Maria Lucia Tolouei
Altas temperaturas, umidade e material em decomposição juntos compõem o cenário ideal à proliferação do mosquito-palha (Flebótomo), vetor da leishmaniose que já matou este ano um homem em Dourados.
Segundo o diretor do Departamento de Vigilância e Saúde do município, o veterinário Fernando Bastos, a vítima era portadora de doença crônica e o quadro foi agravado pela leishmaniose visceral, que causou a morte - a única registrada até hoje, em Dourados. No município, outros dois pacientes contraíram a doença, foram submetidos ao tratamento a tempo e ficaram curados. Os bairros onde há maior incidência de casos estão nas regiões do BNH 4º Plano, Terra Roxa e Canaã III, onde existem áreas de preservação ambiental e córregos.
A doença se alastra em Mato Grosso do Sul, que contabiliza dezenas de mortes de pessoas pela forma mais grave, que ataca órgãos como o baço e fígado. Em humanos, os sinais a serem investigados são febre que vai e volta, anemia, inchaço do abdome, entre outros.
Bastos alerta que o cão pode estar com a leishmaniose sem apresentar qualquer sinal. Mas, em geral, o animal acometido pelo mal apresenta inapetência, lacrimejamento, descamação, unhas grandes e horror à luz.
O aumento exponencial do número de casos em Dourados e resto do estado deixa em alerta as autoridades, já que isso significa grande chance de contaminação de pessoas.
A doença tem cura, em humanos, e por isto é importante o diagnóstico precoce. Os casos devem ser encaminhados às unidades de saúde. Animais com suspeita de estarem contaminados devem ser levados ao Centro de Controle de Zoonoses (CCZ).
O veterinário diz que, em caso de resultado positivo para a leishmânia, o animal deve ser eutanasiado para que não haja risco de novos ciclos de infestação. É que o vetor pica tanto cães infectados quanto pessoas, que podem contrair a doença. A Leishmaniose pode ser tegumentar, quando afeta o maior órgão do corpo - a pele, ou visceral que pode matar.
Segundo Bastos, a população deve estar atenta à limpeza das áreas onde especialmente há árvores frutíferas como mangueira e bananeira. Frutas e folhas em decomposição atraem os insetos que passam a se proliferar em meio ao húmus.
Todo material recolhido deve ser acondicionado em sacos e entregue à coleta de lixo. Queimada é proibida, pois coloca em risco edificações e a saúde da população em casa e no trânsito.
O telefone do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) é o 3411.7753.