29/01/2014 16h20
Compartilhar um vídeo da Valesca Popozuda que está bombando na web mostra que você é antenado ou vai expor você a duras críticas e prejudicar a sua imagem? E tomar partido numa discussão política? Perguntas difíceis de serem respondidas, porque tudo “depende”.
Nas redes sociais, as palavras de ordem são bom senso. O internauta tem que ficar cada vez mais ligado para saber usar a internet a seu favor e não se colocar numa saia justa diante de um possível empregador.
Para Marco Henrique Facó, professor e superintendente de comunicação e marketing da Fundação Getúlio Vargas, existe uma falta de entendimento do funcionamento das redes sociais.
O maior erro de muitas pessoas é tratar a rede social como uma extensão dos seus grupos fechados de amigos. O problema é que aquele conteúdo se torna universal. Então, caso não haja um filtro na hora de postar, qualquer pessoa vai poder ler.
Isso pode trazer problemas, inclusive profissionalmente – diz o especialista, que já deixou de contratar pessoas por causa dessa exposição.
Eu estava contratando uma jornalista para fazer a nossa assessoria de imprensa. Na descrição do perfil dela, no Twitter, estava escrito: “Uma jornalista frustrada, e uma atriz em perspectiva”.
Eu não vou contratar uma jornalista que não gosta de jornalismo, que está procurando outra coisa para fazer na vida. Isso foi um erro da parte dela, que pecou por ter sido sincera demais naquela rede social.
Facó lembra, entretanto, que a rede social também pode ser usada em favor do usuário:
Justin Bieber é um grande exemplo de como utilizar as redes sociais para conquistar notoriedade (a mãe do cantor, desde quando ele tinha 10 anos, postava vídeos com performances do rapaz diariamente no YouTube).
Há outros exemplos recentes, como o canal de humor Porta dos Fundos, que mostra que a utilização inteligente de uma rede social pode trazer bons resultados e sucesso.
O professor Klaus Rabello, que dá aulas de Comunicação Digital na ESPM Rio, considera que os alunos de educação básica já precisam, na realidade atual, de noções de gestão de informação na rede.
Segundo ele, as pessoas ainda aprendem a utilizar as redes sociais na base de tentativa e erro.
As crianças começam a utilizar as redes sociais cada vez mais cedo, então é preciso aprender a gerenciar toda essa informação, como passar uma impressão correta, sem correr riscos desnecessários. Isso não se aprende sozinho — afirma ele.
A analista de mídias sociais Lívia Lamblet, moradora de Niterói, escreveu em 2012 o livro “A influência das novas tecnologias na comunicação humana”. Ela deu dicas de como utilizar melhor a sua rede social preferida e evitar dores de cabeça na web:
Posts preconceituosos e piadas internas, nem pensar. Tente sempre escrever com o português correto também, porque, como uma apresentação da pessoa, erros são muito negativos. E, principalmente, filtre quem pode ver os seus posts.
É possível criar grupos de amigos no Facebook, por exemplo, e postar só para aquele grupo. Isso ajuda a evitar a superexposição—, finaliza a especialista. (O Globo)