01/02/2014 07h31 - Atualizado em 01/02/2014 07h31
Dependendo do enca-minhamento, partido po-derá lançar candidatos na majoritária em Mato Grosso do Sul
Willians Araújo
O comando do PSB em Mato Grosso do Sul deve definir qual o rumo a seguir na campanha eleitoral deste ano após ouvir, na próxima semana, orientações do presidente nacional do partido, governador de Pernambuco, Eduardo Campos.
Pré-candidato do partido à Presidência da República, Eduardo Campos chamou o presidente da executiva regional do PSB, prefeito de Dourados, Murilo Zauith, para discutir na próxima terça-feira o destino de seu grupo político com vistas às eleições de outubro.
“Dependendo do encaminhamento da conversa com o comando nacional poderemos ter surpresas para Mato Grosso do Sul”, disse entusiasmado um importante interlocutor político do prefeito, referindo-se a tendência dos socialistas na disputa deste ano aos cargos majoritários e proporcionais. A intenção do partido, dependendo do encaminhamento da cúpula nacional, é lançar candidatos na majoritária (governador, vice ou senador) em Mato Grosso do Sul.
A conversa entre Murilo e Eduardo Campos deve ocorrer na sede do diretório nacional, em Brasília. No entanto, o horário do encontro entre os dois líderes políticos não foi divulgado.
Cortejado pelos grandes partidos em âmbito estadual, como o PMDB do governador André Puccinelli, PT do senador Delcídio do Amaral e PSDB do deputado federal Reinaldo Azambuja, o PSB é visto como fiel da balança da disputa eleitoral deste ano, principalmente pelo fato de comandar o segundo maior colégio eleitoral do Estado.
Apesar de dizer que prefere se pronunciar somente após orientações da direção nacional, o PSB dificilmente estará com o PT em Mato Grosso do Sul, isso porque terá de montar palanque para Eduardo Campos no Estado.
A ordem do comando nacional socialista é incentivar candidatura própria nos estados visando o fortalecimento de Eduardo Campos, que na próxima terça-feira (4), lança em Brasília as diretrizes do programa de governo da aliança programática firmada com o Rede Sustentabilidade, da ex-senadora Marina Silva, em 5 de outubro último.
O evento, do qual Murilo deve participar ao lado de Eduardo Campos, será realizado no auditório Nereu Ramos, na Câmara dos Deputados, com início marcado para as 10 horas.
Ex-aliado do governo do PT em nível nacional, o governador pernambucano é visto hoje como um dos principais adversários da presidente Dilma Rousseff, em campanha pela reeleição, ao lado do senador Aécio Neves (PSDB-MG).
Uma das tendências do PSB local é se unir ao PMDB, que tem como pré-candidato ao governo estadual o ex-prefeito de Campo Grande, Nelsinho Trad, apesar do mistério que suas principais lideranças fazem em torno da eventual coligação. Prova disso foi o espaço que Murilo deu para acomodar na legenda alguns assessores diretos ligados ao governador André Puccinelli, como o diretor-presidente da Sanesul, José Carlos Barbosa, a secretária Tereza Cristina Corrêa da Costa (Produção) e o ex-conselheiro do TCE-MS (Tribunal de Contas do Estado), José Ancelmo dos Santos.
Além do mais, conforme analistas, Murilo é grato ao apoio que recebeu de Nelsinho Trad em sua campanha rumo ao Senado em 2010, quando por pouco não saiu vitorioso. À época, os eleitos foram Delcídio e Waldemir Moka (PMDB).
MOVIMENTO PRÓ DOURADOS
Coincidência ou não, movimento semelhante ao que foi feito em 2010 em torno da indicação do nome de Murilo para postular o Senado, será deflagrado na próxima segunda-feira em Dourados.
“O encontro será às 10 horas na Câmara de Vereadores com a participação de várias entidades que estão sendo convidadas e de pessoas que querem o melhor para Dourados”, adiantou Romen Barleta, um dos organizadores do evento, referindo-se ao movimento favorável ao lançamento de candidaturas locais ao governo e ao Senado.
A ideia do movimento é motivar as lideranças locais e a população de que o município precisa de representatividade de maior abrangência no contexto estadual.
Ocorre que há anos Dourados tem participado das disputas eleitorais apenas como coadjuvante, indicando sucessivos candidatos a vice-governador, quando tem potencial suficiente para encabeçar uma chapa majoritária competitiva capaz de fazer a diferença.