Dourados
02/02/2014 14h00
Os produtores de frango conseguiram começar 2014 mantendo a lucratividade. O preço das aves se desvalorizou em janeiro, por consequência da demanda enfraquecida comum neste período, mas a queda do custo de produção em 2013 está beneficiando o setor.
Desde as festas de fim de ano, a redução no preço dos frangos foi de apenas 10%.
O mercado tende a ser menos demandado e, consequentemente, as cotações pressionadas.
Mas esse cenário, apesar de comum agora, foi diferente do ano passado, quando houve, na verdade, uma valorização da carne no acumulado do ano – afirma Camila Ortan, pesquisadora do Cepea.
A valorização é resultado da queda dos custos de produção em 2013, quando não faltou milho para a ração dos animais, uma vantagem depois da crise de abastecimento enfrentada em 2012.
Por que o janeiro de 2014 não foi igual ao de 2013? O preço dos insumos produzidos em dezembro e colocados no mercado em janeiro de 2013 estava mais alto, porque tinha aquela crise das commodities que veio desde agosto.
Agora, o farelo continua em nível alto, mas o milho deu uma retrocedida – diz o diretor de mercados da Ubabef, Ricardo Santin.
Afastando especulações sobre estoque elevado, o setor atribui o recuo à movimentação comercial.
Estruturalmente, o alojamento de janeiro e fevereiro está menor do que a média de janeiro e fevereiro de 2013.
Agora em 2014, nós tivemos um alojamento de pintos mais alto, mas em fevereiro o alojamento será 10% ou 15% menor que no ano passado.
O problema foi muito mais comercial, de pressão do comprador, fazendo baixar o custo que reduziu um pouco e que vai se regularizando de agora em diante – acrescenta Santin.
As exportações também acompanham o ritmo das cotações internas. De acordo com a entidade que representa o setor, o mercado brasileiro está seguro.
Especificamente em janeiro, nós temos uma pequena queda no comparativo com o ano anterior, mas é uma queda que não será significativa.
Nós temos que esperar o fechamento da última semana, mas começamos o ano como começou o ano passado, diminuindo um pouco em relação ao ano anterior. Mas a gente sabe que recupera no segundo semestre – diz Santin. (Canal Rural)